Anais: Outros

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO ESPAÇO AGRÁRIO DOS POVOADOS DE BOM JARDIM E JUÇATUBA, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR - MA

AUTORES
Avelar Lopes, M. (UFMA) ; Vieira Borges, D. (UEMA)

RESUMO
Localizados entre as coordenadas 2° 33′ 43″ S, 44° 3′ 14″ W, os povoados de Bom Jardim e Juçatuba são territórios com características distintas e que boa parte de sua população sobrevive dos serviços prestados na cidade de São Luís, e outra parcela da população retira seu sustento de atividades extrativistas e do campo. Este trabalho objetiva identificar aspectos relacionados à influência exercida pelo espaço agrário, bem como seu uso e ocupação ao contribuírem para a modificação da paisagem local.

PALAVRAS CHAVES
Espaço Agrário; Erosão; Vulnerabilidade

ABSTRACT
Located between coordinates 2 ° 33 '43 "S, 44 ° 3' 14" W, the villages of Bom Jardim and Juçatuba are territories with distinct features and that much of its population survives of services in the city of St. Louis, and another portion of the population draws its livelihood from extractive activities and field. This work aims to identify aspects related to the influence of the agrarian space, as well as its use and occupation by contributing to the modification of the local landscape.

KEYWORDS
Agricultural Area; Erosion; Vulnerability

INTRODUÇÃO
A região dos povoados de Bom Jardim e Juçatuba, foram uma das primeiras localidades a serem povoadas em virtude do grande crescimento urbano da cidade de São Luís, servindo como uma via de escape para diversas famílias, criadas como comunidades agrícolas em terreno bastante acidentado e próximo ao litoral da baía de São José, esta região passou a sofrer com diversos problemas ocasionado pelo péssimo uso e ocupação do solo. Para tanto, realizamos um levantamento simplificado das características geomorfológicas e edafoclimáticas com o fim de apresentar prováveis medidas para solucionar ou minimizar os impactos ocasionados ao ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia consta de informações em literaturas, entidades governamentais e não governamentais, noticiários e dos próprios moradores da localidade, por meio de pressuposto teórico-metodológico com enfoque sistêmico. O emprego desta metodologia no estudo permitira obter um panorama das inter-relações e interdependências entre os diferentes aspectos que constituem a realidade local. O Enfoque Sistêmico é uma abordagem global dos problemas ou sistemas, concentrando-se no jogo das inter-relações de seus elementos (...), permitindo melhor entender e descrever a complexidade organizada, conforme Rosnay, citado por Marzall (1999). A partir daí, será estabelecido de forma clara e objetiva os fatos, indagações e averiguações que permitam a compreensão da realidade vivida na área em estudo, sendo, na aplicação de questionários à população residente nas proximidades dos campos agrícolas e a percepção dos principais fatores que contribuem para o dinamismo da região.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estando a aproximadamente 20 Km de distância da cidade de São Luís - MA e pertencentes ao município de São José de Ribamar na Ilha do Maranhão - MA, os povoados de Bom Jardim e Juçatuba são territórios com características distintas e que boa parte de sua população sobrevive dos serviços prestados na cidade de São Luís, e outra parcela da população retira seu sustento de atividades extrativistas e do campo fato comprovado através de entrevistas e depoimentos de moradores da região. A comunidade de Juçatuba com aproximadamente 2000 moradores, sobrevive em forma de subsistência, onde parte da população sobrevive da agricultura, extrativismo e pesca principalmente, isso em virtude de ser uma região litorânea estuarina próxima a manguezais e passível do desenvolvimento desta atividade. Neste povoado, em função da sua subsistência, deficiência técnica e grande restrição morfopedológica ( solos rasos em áreas declivosas), tem-se acelerado os processos erosivos da região e o empobrecimento do solo com os constantes plantios e prática de queimadas como prática para o “preparo do solo”, o que acaba resultando em um solo desprovido de vegetação de suporte biomassa para xerófitas a predominar e apto para início de novos processos erosivos. Este quadro vem tornando-se tão comum, que boa parte dos moradores chegaram a vender seus lotes de terra ou resolveram iniciar um processo migratório para a capital São Luís impulsionados pela busca de emprego e retornando ao final do dia. Não muito diferente em seus aspectos sócio-econômicos, a comunidade de Bom Jardim destaca-se pela sua organização e planejamento cooperativo e conhecimento técnico moderado quanto ao modo de produção (figura 1 e 2), mas possui a mesma ociosidade quanto ao manejo correto do solo e ocupação, tendo diversas residências em terreno extremamente acidentado e com grande risco de desabamento, onde segundo moradores relatam que seus imóveis ali permanecem, em função da proximidade de suas plantações, facilitando o acesso para realização dos tratos culturais e transporte, logo observa-se que na mesma declividade que encontra-se o imóvel está também o plantio, algo que acontece aproximadamente 80% dos produtores, gerando na mesma proporção 80% de chance da intensificação do processo erosivo, em virtude de não haver descanso ao solo e por ser uma região com altas temperaturas e índice pluviométrico acima de 2000mm/ano e influenciado pelo clima tropical úmido principalmente. Figuras 1 e 2 – Sistema de Irrigação em área de declive Fonte: Arquivo LOPES 2011 No que diz respeito à alteração física do solo o povoado de Bom Jardim dosa pela utilização da mecanização agrícola onde, observou-se diminuição da porosidade, consequentemente diminuição da infiltração, alteração a capacidade de retenção de água do solo. Em seguida notou-se aumento do escoamento superficial, principal gerador de processos erosivos. Nestas regiões os principais solos encontrados são Latossolo - Amarelo, Argissolos e Solos Indiscriminados de Mangue, os quais não são vistos de maneira produtiva para a agricultura em virtude da sua acidez, déficit de óxidos, dentre outros minerais, e segundo (THOMAZ 2000) a agricultura familiar, além de sofrer as consequências do famoso “tripé”, compra mal seus insumos, produz mal e acaba vendendo mal seus excedentes, ocupa geralmente os piores solos (com baixa aptidão agrícola), o que dificulta, ainda mais, a manutenção da família. Por isso, é comum a incorporação de novas áreas para o plantio, mesmo que essas não tenham condições ideais. Nesta região do Município, onde há predomínio da agricultura, percebeu-se que a geomorfologia da área tem conseguido reestruturar-se mesmo com a intensa utilização do solo, fato que vem a ocorrer em virtude da experiência dos pequenos agricultores, os quais semestralmente são treinados para minimizar os impactos negativos que a agricultura venha causar no ambiente utilizado, logo seus mananciais, relevo, clima e solo encontram-se inalterado

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A agricultura moderna tem conseguido cada vez mais criar agrossistemas (artificiais) e fugir das influências edafoclimáticas. Contudo, para a agricultura familiar, a terra (solo) em conjunto com as condições ambientais, principalmente o clima, influencia de maneira direta a produção agrícola (THOMAZ 2000). Então, percebe-se a grande necessidade de um novo planejamento agrícola, onde a geomorfologia ambiental visa de modo essencial à manutenção do solo e água. A geomorfologia ambiental com o fim de compreender todo o processo que descaracteriza o ambiente de uso de diversas gerações, vislumbra a utilização de técnicas de conservação contra erosões, deslizamentos, inundações etc, através dos processos de ocupação orientada e ordenação-planejamento de políticas públicas chegando à colaboração intensiva dos principais percussores e mantenedores deste ambiente.

AGRADECIMENTOS
Venho agradecer pelo apoio e incentivo de todos que me auxiliaram na execução deste trabalho, destacando a colaboração dos moradores dos respectivos povoados com o acolhimento e prestação das informações, aos meus queridos país que sempre patrocinam minhas pesquisas, mesmo havendo dificuldades na aquisição recursos, do mais peço o maravilhoso Deus continue a inspirar todos estes jovens pesquisadores de minha geração a continuar desbravando um mundo rico em cultura e matéria de pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIAS
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Mapeamento da Aptidão Agrícola das Terras do Estado do Maranhão. 1ª Ed Campinas - SP, 2007

LOPES, M. A. Dinâmica do Espaço Agrário dos Povoados de Bom Jardim e Juçatuba, São José de Ribamar – MA. Anais SINGA 2011.

MARZALL, K. Indicadores de sustentabilidade para agroecossistemas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999. Dissertação de mestrado.

THOMAZ, E. L. Análise empírica da fragilidade potencial do rio lratim - Guarapuava PR. São Paulo, 2000. Dissertação (Mestrado) - USP/FFLCH.

http://www.saojosederibamar.ma.gov.br Acesso em 13/06/2012