Autores

Rodrigues, N.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; Menezes, W.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; Pereira, P.S.P.M.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; Mendes, L.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

O trabalho apresenta uma análise geomorfométrica da bacia hidrográfica Iguaçu- Sarapuí correlacionada com a evolução da cobertura e uso da terra num intervalo de 25 anos, a partir de métodos de morfometria e análise de dados de sensores remotos, com o auxílio de geotecnologias livres. Os resultados indicam uma bacia bem drenada, com alta capacidade de gerar novos cursos d’água, com geometria irregular. Ressalta-se a redução da cobertura vegetal e de áreas de pastagens e/ou campos abertos e, contrariamente, a expansão da área construída, de solos expostos e de corpos hídricos, que corroboram com o reconhecido processo de expansão urbana na Baixada Fluminense. A análise integrada dos dados permite observar a influência da evolução da cobertura e uso da terra nas dinâmicas hidrogeomorfológicas, numa área extremamente afetada por intervenções antrópicas com consequentes desequilíbrios ambientais. Observa-se a necessidade de analise por sub-bacias para melhor caracterização da área.

Palavras chaves

bacia hidrográfica; geomorfometria; cobertura e uso da terra

Introdução

A rede de drenagem é um elemento da paisagem altamente sensível às mudanças ambientais e, diante disso, torna-se o segmento mais vulnerável a qualquer tipo de alteração (THOMAS e ALLISON, 1993). Conhecer a sua dinâmica é de extrema importância nos estudos que envolvem a análise do meio físico, especialmente os de Geomorfologia. Segundo Schumm (2005), os rios representam apenas uma pequena parte da paisagem, no entanto, uma grande parte da sua energia está concentrada no canal de drenagem que, frequentemente, com as enchentes, como observado ao longo dos grandes rios do mundo ao longo do tempo, gera condições de risco, criação de mitos e de miséria. Tais condições também são observadas em sistemas fluviais de ordem menor, que respondem às mudanças, sejam elas naturais ou antrópicas. Nesse sentido, a análise da rede hidrográfica pode levar à compreensão e à elucidação de numerosas questões geomorfológicas, pois os cursos d'água constituem processo morfogenético dos mais ativos na esculturação da paisagem terrestre, como observado por Christofoletti (1980). A geomorfometria é a ciência da quantificação topográfica e seu foco operacional é a extração de parâmetros e objetos da superfície terrestre, atualmente a partir de Modelos Digitais de Elevação (MDEs) (PIKE et al. , 2009), sendo extremamente útil na análise de bacias hidrográficas. Já considerando as mudanças ao longo do tempo, a análise da cobertura e uso da terra é uma ferramenta de suma importância para os estudos ambientais, gestão de recursos naturais e para o planejamento ambiental e urbano, facilitada atualmente pela maior disponibilidade de ferramentas de sensoriamento remoto e geotecnologias, essenciais nos estudos sobre as alterações causadas pela ação humana, assim como para a antecipação e mitigação de impactos (MENEZES e MENDES, 2015). O contexto de mudanças climáticas destaca a importância ainda maior de tais abordagens que permitam entender a sensibilidade dos sistemas superficiais terrestres diante das forças climáticas de forma a ampliar a capacidade de resposta para a gestão dos impactos (KNIGHT e HARISSON, 2012; 2013). O presente trabalho tem como objetivo apresentar os primeiros resultados da análise de parâmetros geomorfométricos da bacia hidrográfica Iguaçu-Sarapuí de forma a correlacioná-los com uma análise espaço-temporal da cobertura e uso da terra num intervalo de 25 anos. Com isso, busca-se contribuir com novas informações sobre essa área que integra a Região Hidrográfica da Guanabara (INEA-CERHI, 2013), localizada na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro (RMRJ) (CEPERJ, 2014) e que reflete, portanto, toda uma dinâmica de modificações, como bem destacadas por Amador (2013), com intervenções desde o início da colonização e ampliadas a partir do século XX, com a canalização dos rios, dragagens, retilização e dissecação de canais, que foram impactantes por destruírem os sistemas naturais, combinando-se ao processo de ocupação urbano-industrial que se refletem nos processos hidrogeomorfológicos, na destruição de ecossistemas e, consequentemente, em desequilíbrios ambientais que afetam significativamente a qualidade de vida da população. A bacia hidrográfica do Iguaçu-Sarapuí localiza-se no setor ocidental da Baía de Guanabara, entre os municípios de Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Nilópolis e Mesquita (Figura 1). Situada no Gráben da Guanabara (FERRARI, 2001), caracteriza-se pelas unidades morfoestruturais: Maciços Costeiros, Colinas e Morros; e Região dos Terraços Fluviais e Planícies Fluviais (SILVA, 2002) com tipo climático Tropical com Chuvas de Verão (Aw) (KÖPPEN, 1931). Os maciços situados nos seus limites norte e sul: Tinguá e Gericinó-Mendanha, respectivamente, com presença de Unidades de Conservação (BRASIL, 2000) como Reserva Biológica, Parque Natural Municipal e Áreas de Proteção Ambiental, onde estão mantidos os remanescentes de flora e fauna de Mata Atlântica, representam os últimos "limites" à ocupação antrópica.

Material e métodos

O trabalho foi estruturado e desenvolvido a partir das seguintes etapas: 1) levantamento bibliográfico teórico-conceitual e metodológico; 2) Análises gemorfométricas; e 3) Análise da cobertura e uso da terra. As duas últimas etapas foram executadas com uso de geotecnologias livres como Sistemas de Informação Geográfica de código aberto e imagens de sensores remotos e radar. Para as análises geomorfométricas foram utilizadas imagens SRTM (NASA/USGS/CGIAR), processadas no programa QGIS (v.2.8.2) via Terrain Analysis Using Digital Elevation Models (TauDEM). Os parâmetros analisados e respectivas fórmulas, de acordo com Christofoletti (1980), Horton (1945), Shumm (1956; 1963), Strahler (1952) serão apresentados a seguir: A área (A) é um dos parâmetros fundamentais que oferece auxílio para a obtenção de outras variáveis. Consiste em uma superfície drenada por um conjunto de rede de drenagem delimitado (CHRISTOFOLETTI, 1980), esta última hierarquizada de acordo com a classificação de Strahler (1952). No comprimento do canal principal (L) é considerada a distância da nascente até o exutório. Já o comprimento total dos canais (Lt) corresponde à somatória da rede de drenagem. Com relação ao índice de sinuosidade (Is), como proposto por Schumm (1963), é um indicador da velocidade do escoamento superficial, representado pela relação entre o comprimento do canal e a distância vetorial (Is = L/Dv). O parâmetro forma (Kf) da bacia hidrográfica representa a relação entre a largura média e comprimento da foz até o ponto mais longínquo da bacia (Kf = A/L²). O índice de circularidade (Ic) relaciona a área geográfica da bacia ao perímetro (Ic = 12,57 x A/P²). A densidade hidrográfica (Dr) é a relação entre o número de canais e a área (Dr = N/A), estabelecida inicialmente por Horton (1945). A densidade de drenagem (Dd) representa a correlação entre o comprimento total de canais e a área (Dd = Lt/A). O coeficiente de manutenção (Cm) representa a área mínima para a manutenção em metro do canal de escoamento (Cm = 1/Ddx1000). O coeficiente de compacidade (Kc) faz referência à largura média da bacia hidrográfica e o comprimento axiforme (Kc = 0,28x P/√A). O gradiente do canal (Gc) é a diferença máxima de altitude, correlacionando a nascente e a foz com a extensão do respectivo curso d'água (Gc = Amax .1000/L). Segundo Christofoletti (1980), com base em Shumm (1956), a relação do relevo (Rr) é definida como a ligação entre a amplitude altimétrica máxima com a extensão da bacia (Rr = Hm/ √A). A amplitude altimétrica máxima (Hm) refere-se à diferença entre o ponto mais alto em qualquer divisor e a desembocadura (Hm = P1-P2). E, por fim, o índice de rugosidade (Ir) combina as qualidades de declividade e comprimento das vertentes com a densidade de drenagem, expressando-se como número adimensional que resulta do produto entre a amplitude altimétrica (H) e a densidade de drenagem (Dd) conforme proposto por Melton (1958) (a pud CHRISTOFOLETTI, 1980) (Ir = H x Dd). As análises da cobertura e uso da terra foram executadas com dados de sensores remotos dos programas Landsat-5 (28/03/1990) e Landsat-8 (12/01/2015) (USGS). As imagens foram georreferenciadas e processadas na extensão para classificação supervisionada semiautomática (v.4.9.1) (CONGEDO, 2014) do programa QGIS (v.2.8.4). O processamento dos dados envolveu a conversão dos dados para reflectância e temperatura de brilho e correção atmosférica pelo método Dark Objetc Subtration 1. Posteriormente, criou-se um raster virtual de composição RGB com as bandas 3, 4 e 5. A partir de pontos coletados em campo e auxílio do Google Earth selecionou-se 65 áreas representativas para as classes: Vegetação Densa; Construída; Manguezal; Corpos Hídricos; Pastagens e/ou Campos Abertos; e Solos Expostos. Finalmente, executou-se o processamento final e os cálculos de área.

Resultado e discussão

Geomorfometria da bacia do Iguaçu-Sarapuí: Os resultados estão na Tabela 1. A bacia hidrográfica do Iguaçu-Sarapuí é de 6ª ordem (STRAHLER, 1952), com padrão de drenagem dendrítico (CHRISTOFOLETTI, 1980), área de 739,02 km² e perímetro de 200,01 km. O comprimento do canal principal é de 193,79 km e a totalidade dos canais de 1298,154 km. A densidade hidrográfica de 3,228 km/km² indica uma alta capacidade de gerar novos cursos d'água. Christofoletti (1980) afirma que a densidade de rios é importante porque representa o comportamento hidrográfico em um de seus aspectos fundamentais. A densidade de drenagem é de 1,75 km/km². Conforme Vilella e Mattos (1975), pode variar entre 0,5 km, em bacias de drenagem fraca, a 3,5 km ou mais, quando bem drenadas. Hiruma e Ponçano (1994) propuseram as classes: anômalos superiores (Dd > 2,50), intermediários (Dd entre 1,25 e 2,50) e anômalos inferiores (Dd < 1,25). Em ambas as classificações, seria intermediária. Considerando-se Christofoletti (1969), resultados abaixo de 7,5 km/km² correspondem a uma Dd baixa. A Dd apresenta relação inversa com o comprimento dos rios, ou seja, à medida que aumenta o valor numérico, há a diminuição quase proporcional dos componentes fluviais (CHRISTOFOLETTI, 1980), indicando a menor capacidade de infiltração da água, o que não é o caso da bacia em estudo. Segundo Huggett (2003), esse é provavelmente o parâmetro mais importante, representando a medida da frequência na superfície e que reflete, por sua vez, o balanço entre as forças erosivas e a resistência da superfície. Está relacionado à condições climáticas, litológicas e da vegetação (HUGGETT, 2003). O resultado indica a influência combinada das condições geológicas e geomorfológicas, assim como de cobertura vegetal presente e que se reflete numa maior capacidade de infiltração. O índice de circularidade (0,232) e o coeficiente de compacidade (2,06), considerados baixos, combinados ao fator de forma (0,019), indicam uma geometria irregular e com baixa suscetibilidade à enchentes. Segundo Schumm (1956), para o índice de circularidade, valores menores que 0,51 caracterizam uma bacia com forma mais alongada, o que reduz a suscetibilidade à inundação. Resultado acima desse índice indicaria que a bacia tende a circular. Já o coeficiente de compacidade, indica que é irregular, com resultado acima de 1 (um) que corrobora com a baixa propensão à inundações (VILLELA e MATTOS, 1975). O coeficiente de manutenção (Schumm, 1956 apud CHRISTOFOLETTI, 1980), para determinar a área mínima para a manutenção de um metro de canal de escoamento, resultou no valor de 0,571 m². Sendo assim, na bacia do Iguaçu-Sarapuí é necessário essa área para manter ativo um metro quadrado de escoamento no canal fluvial. A amplitude altimétrica máxima é de 1429 metros, e a mínima, de 5 metros. A relação do relevo da bacia resultou em 0,0523. O índice de rugosidade (Melton, 1958 apud CHRISTOFOLETTI, 1980) tem a finalidade de expressar aspectos de análise dimensional da topografia. Combinam-se aspectos de declividade e comprimento das vertentes com a densidade da drenagem. Como observa Christofoletti (1980), "Se a Dd aumenta enquanto o valor de H permanece constante, a distância horizontal média entre a divisória e os canais adjacentes será reduzida, acompanhada de aumento na declividade das vertentes. Se o valor de H aumenta enquanto a Dd permanece constante, também aumentarão a declividade e as diferenças altimétricas entre o interflúvio e os canais. Os valores extremamente altos do índice de rugosidade ocorrem quando ambos os valores (Dd e H) são elevados, isto é, as vertentes são longas e íngremes" (CHRISTOFOLETTI, 1980, p.121) O índice de rugosidade é de 2,5, justificado pela alta amplitude altimétrica e densidade de drenagem pouco expressiva. Estudo realizado por Sherem (2008) destaca que o índice de rugosidade elevado indica maior potencial para cheias, pois são bacias com muita energia (maior amplitude altimétrica) ou com grande transmissividade, convertendo o fluxo da vertente em fluxo fluvial em menor tempo. Com relação ao canal principal, o gradiente de 7,37%, indica baixa capacidade dos fluxos d’água no transporte de sedimentos. Já a sinuosidade de 11,66, expressa significativa sinuosidade. Segundo Schumm (1963), um rio reto apresenta índice de sinuosidade de 1,0, com o aumento desse índice a partir do aumento de sua sinuosidade. Análise espaço-temporal da cobertura e uso da terra da bacia do Iguaçu-Sarapuí: Os resultados da classificação supervisionada das imagens Landsat estão representados na Figura 2. A Tabela 2 apresenta os dados da cobertura e uso da terra. Observa-se a redução de 0,74% da classe "Vegetação Densa", assim como de "Pastagens e/ou Campos Abertos", com perda de 5,02%. Registrou-se também a redução de 1,31% na classe “Manguezal”. Contrariamente, observa-se o aumento da área "Construída” em 6,59%, de "Solos Expostos" em 0,11%, que corroboram com o reconhecido processo de expansão urbana na Baixada Fluminense. Um aumento de 0,37% da classe “Corpos Hídricos” também foi identificado e pode ser atribuído à geração de mais de 15 lagos artificiais pela exploração de areia. A respeito da supressão da vegetação, associada a de pastagens e/ou campos abertos, Bigarella (2003) afirma que numa paisagem antropicamente degradada (modificada), isto é, num ambiente no qual o equilíbrio ecológico foi rompido, as condições seriam as seguintes: 1) o fluxo das águas na superfície do terreno é maior; 2) as inundações tornam-se mais severas e atingem níveis mais altos; 3) a erosão é incrementada; e 4) a infiltração no subsolo profundo aumenta pela ação de chuvas prolongadas, propiciando condições para o deslizamento de barreiras. A redução de manguezal também pode causar graves problemas para os canais fluviais. Segundo Leopold (1994), a sua perda contribui para a redução da resistência das margens à ação erosiva do escoamento, o que colabora com o aumento da instabilidade da calha fluvial. O aumento significativo das áreas construídas serve de alerta devido às alterações que causa nos processos hidrogeomorfológicos. De acordo com Poleto (2014), essas alterações ocorrem devido às mudanças na cobertura do solo que promovem, por sua vez, a redução da infiltração da água no solo e o aumento do escoamento superficial, entre outros malefícios. Esse aumento do escoamento superficial pode ocasionar erosão da bacia, desequilíbrios no canal fluvial (erosão e assoreamento) e o aumento da frequência das inundações urbanas. Com base nos dados geomorfométricos, pode-se inferir que a bacia hidrográfica Iguaçu-Sarapuí, analisada em sua totalidade e não por sub-bacias, possui uma baixa suscetibilidade a enchentes. Com a evolução espaço-temporal do uso e cobertura da terra, pode-se constatar que a área construída, embora não represente a classe predominante, teve um crescimento significativo no intervalo analisado. Essa urbanização apresenta-se concentrada em determinados setores, o que resulta em forte pressão antrópica sobre o meio físico e, especialmente sobre a dinâmica fluvial, com problemas crônicos de enchentes urbanas. A classe "vegetação densa", mesmo reduzida, ainda compõe 41,54% da área, sendo necessário destacar a sua importância no funcionamento dos sistemas hidrogeomorfológicos. Concordando com Silva (2012), não é novo mencionar que a ação humana na superfície terrestre tem causado alterações nos processos e dinâmicas de alguns fenômenos naturais, em especial em escala local e, certamente, as modificações observadas ao longo desses 25 anos na área de estudo, associadas à uma expansão urbana sem planejamento urbano-territorial, assumem papel significativo nos desastres naturais registrados.

Figura 1

Delimitação da Bacia Hidrográfica Iguaçu-Sarapuí

Tabela 1

Resultados das análises Geomorfométricas da Bacia Iguaçu-Sarapuí.

Tabela 2

Síntese dos dados de cobertura e uso da terra referentes aos anos de 1990 e 2015

Figura 2

Classificação supervisionada de cobertura e uso da terra na Bacia Hidrográfica Iguaçu-Sarapuí nos anos de 1990 e 2015

Considerações Finais

A análise integrada da geomorfometria e da cobertura e uso da terra destaca que, embora a bacia hidrográfica do Iguaçu-Sarapuí apresente indicadores de uma baixa suscetibilidade à enchentes, quando analisada em totalidade, como proposto, as mudanças observadas parecem assumir significativa importância nas dinâmicas hidrogeomorfológicas, especialmente em determinados setores. A redução da cobertura vegetal e de áreas de pastagens e/ou campos abertos e, contrariamente, a expansão da área construída e de solos expostos, corroboram com o reconhecido processo de expansão urbana. As modificações nessa área extremamente afetada por intervenções antrópicas com consequentes desequilíbrios ambientais, não estão restritas ao período analisado, mas tiveram continuidade nele e alertam quanto aos graves problemas não apenas para os processos hidrogeomorfológicos, mas também para a população. Tundisi e Matsumura-Tundisi (2011) observam que um dos principais impactos produzidos no ciclo hidrológico é a rápida taxa de urbanização, com inúmeros efeitos diretos e indiretos, que alteram substancialmente a drenagem, produzem problemas à saúde humana, além de impactos como enchentes, deslizamentos e desastres provocados pelo desequilíbrio no escoamento das águas, que podem ser agravados num contexto de mudanças climáticas globais (KNIGHT e HARISSON, 2012;2013). Os resultados também indicam a necessidade de realização análises por sub-bacias hidrográficas para melhor caracterização da área.

Agradecimentos

Referências

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