Autores
- CAIO BREDAUSPEmail: bredacaio@usp.br
 - FABIANO NASCIMENTO PUPIMUNIFESPEmail: f.pupim@unifesp.br
 
Resumo
O Quaternário tardio em região intraplaca do sudeste brasileiro é um período 
marcado por mudanças ambientais significativas, porém pouco estudo acerca dos 
efeitos de mudanças ambientais na dinâmica fluvial. Por técnicas 
geomorfológicas, sedimentológicas e de datação por luminescência opticamente 
estimulada (LOE) investigamos os efeitos do clima e dos fatores tectônicos na 
evolução do Alto e Médio Tietê durante o Quaternário tardio. Reconhecemos um 
nível de terraço fluvial no vale do Alto Tietê e uma sequência de sete terraços, 
de 2 a 105 m acima do nível do canal, no Médio Tietê. Os terraços são pouco 
espessos (< 10 m), compostos por sedimentos arenosos e conglomeráticos. Mudanças 
litológicas e características estruturais do terreno desempenham um forte 
controle na distribuição dos depósitos. A Serra de Paranapiacaba, uma knickzone 
regional, dificulta o rebaixamento do nível de base e a incisão do rio para 
montante, limitando a formação e preservação de terraços no Alto Tietê. A 
formação de sete níveis de terraço no Médio Tietê foi controlada pela combinação 
de baixa resistência à erosão do substrato litológico e alta potência de fluxo e 
carga de fundo. Assim, a influência da tectônica intraplaca na paisagem está 
restrita a controles passivos do embasamento associadas a eventos tectônicos 
antigos. A datação LOE de depósitos sedimentares indica cinco períodos de 
agradação no vale do Médio Tietê desde o Último Máximo Glacial: 18.5 ka; 10 a 8 
ka; 7 a 5 ka; 4 a 3 ka; e 0.5 ka. Os resultados indicam que as mudanças na 
atividade do Sistema de Monções da América do Sul induziram mudanças na 
cobertura vegetal e na descarga de água nos vales dos rios do sudeste do Brasil 
nos últimos 20 ka. Os períodos de agradação estão correlacionados com condições 
ambientais mais secas e vegetação mais esparsa, enquanto os eventos de incisão 
no vale se desenvolveram em transições para condições ambientais mais úmidas e 
foram estimulados pela recuperação da vegetação. 
Palavras chaves
Luminescencia; Datação; Rio Tietê








 









 