Autores
- BEATRIZ ABREU MACHADOUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEEmail: abreu_beatriz@id.uff.br
 - THAÍS BAPTISTA DA ROCHAUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEEmail: thaisbaptista@id.uff.br
 - GUILHERME BORGES FERNANDEZUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEEmail: gfernandez.lagefuff@gmail.com
 
Resumo
As cristas de praia são feições geomorfológicas formadas através da incorporação 
sucessiva de sedimentos marinhos na berma através da ação das ondas. No Rio de 
Janeiro, o delta do rio Paraíba do Sul apresenta uma extensa planície, na qual, 
as cristas de praia encontram-se preservadas e marcam fases contínuas de 
progradação da linha de costa durante o Holoceno. Entretanto, apesar dessa 
progradação contínua, nota-se a ocorrência de fases erosivas que são marcadas na 
planície através de truncamentos erosivos. Portanto, o objetivo deste trabalho é 
investigar os registros em subsuperfície de processos responsáveis pela 
construção e/ou erosão das cristas de praia, correlacionando com os processos 
modernos atuantes na linha de costa. A discussão dos processos evolutivos da 
planície foi realizada a partir de dados de GPR, onde foram descritas as 
radarfáceis e os padrões de empilhamento sedimentar. Já os processos 
geomorfológicos atuais foram interpretados através do perfil de praia.
Palavras chaves
Evolução da planície costeira; GPR; Radarfáceis; Perfis de praia; Holoceno
Introdução
As cristas de praia são feições geomorfológicas formadas através da incorporação 
sucessiva de sedimentos marinhos na berma através da ação das ondas (Tamura, 
2012; Otvos, 2000 e 2020). Comumente encontradas em barreiras progradantes, as 
cristas de praia são consideradas feições reliquiares, pois, marcam antigas 
linhas de costa na planície (Scheffers et al., 2012). Portanto, sua a 
investigação morfológica permite reconstruções de episódios evolutivos na 
planície, tais como: variações do nível do mar, padrões no aporte sedimentar, 
clima de ondas e ventos, grandes episódios erosivos e outros (Sawakuchi et al., 
2008; Scheffers et al., 2012; Dougherty, 2014; Milana et al., 2017, Oliver et 
al., 2017;Dougherty et al., 2018; Tamura, 2019).
 	Em relação a sua distribuição geográfica, as cristas de praia são 
encontradas em diversas partes do mundo, desde ambientes úmidos a glaciais 
(Scheffers et al., 2012). Entretanto, é nos ambientes deltaicos que essas 
feições são amplamente desenvolvidas e podem ultrapassar dezenas de quilômetros. 
No caso do litoral do Brasil, o delta do rio Doce, delta do rio Jequitinhonha, 
delta do rio Paraíba do Sul e o delta do rio São Francisco, são exemplos de 
extensas planícies associadas a cristas de praia (Dias, 1981; Dominguez et al., 
1981; Bastos, 1997; Rocha et al., 2019; Dominguez e Guimarães, 2021). Tal fato, 
potencializa esses ambientes às investigações paleogeográficas e, 
consequentemente, à cenários evolutivos da planície, sobretudo durante o período 
do Quaternário. 
 Especificamente, no caso do litoral do rio de Janeiro, o delta do rio Paraíba 
do Sul (DRPS), as cristas de praia encontram-se preservadas e foram formadas em 
um contexto de diminuição relativa do nível do mar nos últimos 5.500 anos 
(Angulo et al., 2006 e Rocha et al., 2019). Esse comportamento do Nível Médio do 
Mar (NMM) refletiu na construção de uma sucessão de cristas de praia atreladas a 
fases contínuas de progradação da linha de costa durante o Holoceno. 
Predominantemente com orientações Nor/Nordeste (NE) e Sul/Sudoeste (SO), esses 
sistemas de cristas de praia, são separadas por truncamentos erosivos que 
supostamente marcariam diferentes estágios e condições paleoambientais de 
formação da planície deltaica (Dias , 1981; Bastos, 1997; Rocha et al., 2019; 
Silveira et al., 2019).
 Entretanto, apesar do DRPS representar uma feição que predomina a progradação 
da linha de costa, ao longo da história recente ao sul da foz, nota-se um 
processo de erosão costeira (Machado, 2020; Machado et al., no prelo; 
Vasconcelos et al., 2021). Observando o interior da planície, os truncamentos 
erosivos indicam que este fenômeno tem ocorrido de forma recorrente durante o 
holoceno (Silveira et al., 2019; Rocha et al., 2019). Dito isso, este trabalho 
têm como o objetivo principal investigar registros em subsuperfície de processos 
responsáveis pela construção e/ou erosão das cristasde praia, correlacionando 
com os processos modernos atuantes na linha de costa. 
O uso dos métodos geofísicos, como o GPR ganhou destaque nas geociências, 
sobretudo após a década de 1990 (Rocha, 2013). Especificamente na investigação 
da evolução Quaternária, esse método tem sido utilizado na investigação de 
eventos extremos, como tsunamis e eventos de ressacas (Monecke et al., 2015; 
Dougherty, 2014), na reconstrução e evolução de dunas costeiras (Girardi e 
Davis, 2010), em reconstruções paleoambientais (Scheffers et al., 2012) e outras 
aplicações. Em relação as planícies costeiras, a partir da investigação da 
arquitetura deposicional com o uso do GPR é possível inferir um padrão do 
comportamento e evolução desses ambientes, principalmente quando atrelados com 
dados geocronológicos (Hein et al., 2012; Rocha et al., 2013; Dougherty et al., 
2022). Entretanto, apesar dos inúmeros trabalhos abordando o uso do GPR nos 
ambientes costeiros, poucos comparam esses dados aos processos atuais, através 
de uma interpretação multiescalar da planície.
Material e métodos
Visado atingir o objetivo principal deste trabalho optou-se 	por realizar as 
seguintes etapas metodológicas: (1) mapeamento das continuidades e 
descontinuidades das cristas de praia na planície (figura 1); (2) Aquisição de 
dados de geofísica rasa para analisar o padrão de empilhamento das cristas de 
praia (figura 1A) e (3) Análise da morfologia do perfil praial para indicar os 
processos modernos (figura 1B e 2C). A escolha de métodos adequados é 
fundamental, pois possibilita atrelar os eventos geológicos e geomorfológicos a 
diferentes abrangências espaciais e temporais (Oliver et al., 2017; Dougherty et 
al., 2022). Os dados geocronológicos apresentados na figura 1A são referentes 
aos trabalhos de Rocha et al. 2019 e Fernandez et al., no prelo e aparecem para 
ilustrar o marcador temporal do evento geomorfológico descrito, entretanto novos 
dados geocronológicos serão abordados em trabalhos futuros.
 
Figura 1: Mapa de localização do atual delta do rio Paraíba do Sul (RJ). A: 
Linha A de GPR próximo a foz. e B: Fotografia representando a praia atual.
2.1	Mapeamento dos truncamentos erosivos:
 	Objetivando representar os truncamentos erosivos ao longo da planície, 
realizou-se uma vetorização das descontinuídades geométricas das cristas de 
praia (figura 1), seguindo os padrões identificados na imagem de satélite e 
correlação do que foi proposto nos trabalhos de Bastos, (1997), Rocha et al., 
(2019) e Silveira et al., (2019). A espacialização dos truncamentos erosivos na 
planície reforça as inúmeras reorientações da linha de costa ao longo da 
evolução da planície (figura 1). Como material, utilizou-se uma imagem WorldView 
de 2017, georreferenciada pelo INEA, com resolução espacial de 2m. Por fim, a 
vetorização foi realizada através do programa ArcGis 10.5 e em seguida as 
edições gráficas foram realizadas no programa Inkscape. 
2.2	Aquisição de dados Geofísicos: Sistema GPR (Grounding Penetrating 
Radar):
Com o objetivo de analisar a arquitetura deposicional interna das cristas de 
praia, realizou-se um perfil de GPR, cortando as estruturas transversalmente 
(figura 1), no modo common-offset com uma antena de frequência de 400MHz 
acoplada. Esse modo consiste na utilização de uma única antena de transmissão e 
recepção (Neal, 2004). Após a coleta em campo, aplicou-se filtros para: a 
remoção de ruídos e onda aérea, aplicação de ganho e atenuação do sinal e 
conversão de tempo em profundidade. Todos os procedimentos foram realizados com 
o auxílio do programa Radan 6.6. No mais, o perfil de GPR foi selecionado, de 
acordo, com a sua posição geográfica na planície, ou seja, atravessando um 
truncamento erosivo. Representando uma fase erosiva, essa descontinuidade na 
planície deixa resquícios na paisagem e sobretudo no padrão de empilhamento dos 
sedimentos
Em seguida, as linhas pós processadas foram interpretadas e vetorizadas no 
software InkSacape  A interpretação dos refletores seguiu os mesmos princípios 
da estratigrafia sísmica, no qual, realiza-se descrições das radarfáceis e das 
superfícies de radar (Neal, 2004). Por fim, a descrição foi feita considerando a 
morfologia, o mergulho, a continuidade, a terminação e o contato com os 
refletores adjacêntes.
2.3	 Representação dos processos mordernos: Perfil de praia
O Laboratório de Geografia Física da Universidade Federal Fluminense conta com 
uma rede de monitoramente de perfis de praia no delta do rio Paraíba do Sul (RJ) 
desde 2005. Dito isso, o perfil 6 foi escolhido, pois representa o setor da 
praia que sofre com a erosão costeira, refletindo assim os diferentes processos 
geomorfológicos. Metodologicamente, os perfis topográficos foram realizados 
transversalmente à linha de costa com o aúxilio de uma estação total e um 
prisma. O equipamento coleta coordenadas das distâncias horizontais e verticais 
do perfil praial. Em seguida, esses dados foram plotados no programa Excel e por 
ventura, obteve-se um gráfico representativo da morfologia da praia atual.
Resultado e discussão
3.1	Arquitetura deposicional – Passado: 
 A partir da descrição de radarfáceis proposta por Neal (2004), Rocha et al., 
(2013); Rocha et al., (2017); Montes et al., (2018) e Figueiredo et al., (2021), 
foram identificados 3 radarfáceis (figura 2A e B): Rf(1) Eólico, marcado no topo 
da linha, apresenta refletores subparalelos e descontínuos; Rf2(2) Praiais, 
incluindo berma e face de praia, representa a maior parte do pacote e é marcado 
por refletores inclinados em direção ao mar; Rf(3) antepraia superior, 
representando por refletores côncavo-convexo e descontínuo. 
 
Figura 2A:Notar a predominância de refletores em direção ao mar e a presença de 
superfícies erosivas. B: Conjunto de radarfáceis e seus padrões morfológicos. 
C:Perfil 6 da praia, observar os indicadores morfológicos de erosão costeira.
Esse padrão de estruturas/refletores mergulhando em direção ao mar (figura 2), 
reflete um empilhamento progradacional que ocorre em cenários de abaixamento do 
NMM e/ou em cenário de expressivo aporte sedimentar, mesmo em condições de 
estabilidade do NMM ou lento aumento do NMM (Dillenburg et al., 2011; Scheffers 
et al., 2012; Otvos, 2012). Em termos geomorfológicos, esse padrão de 
empilhamento reflete a gênese das cristas de praia (Tamura, 2012 e Otvos, 2020) 
a partir da incorporação de sedimentos marinhos na berma. Também são observadas 
Superfícies Erosivas (SE) entre essas radarfáceis (figura 2) e essas SEs são 
marcadas por um refletor contínuo, com terminação em downlap, que corta 
refletores antecedentes do ambiente praial (pós-praia e zona de estirâncio), 
podendo alcançar a antepraia superior (Figuras 2A e 2B).   
3.2	Perfil de praia – Presente:
O Perfil 6 (P6), conforme pontuado por Machado (2018) e Rocha et al., (2018), 
está localizado na praia de Atafona e sofre com processos morfológicos 
associados a erosão costeira. Observa-se a presença de dunas frontais de 
aproximadamente 8m de altura, ausência de berma e uma face de praia inclinada. 
Especificamente em relação à altura das dunas frontais, o modelo de scarp and 
fill, sugerido por Carter et al., (1990) e Hesp e Walker (2013) explica tal 
padrão. Neste modelo a erosão causada pela ação das ondas na base da duna 
frontal, disponibiliza sedimentos que são transportados pela ação dos ventos de 
mar pra terra, alteando a duna frontal. Essas características morfológicas são 
encontradas em praias que apresentam padrões de erosão costeira, segundo Muehe 
(2006). De acordo com Rocha et al.(2018), esse processo pode levar a gênese de 
uma beach foreduneridge ao invés de uma crista de praia (beach ridge), isto é, a 
gênese morfológica de crista e cava que caracteriza esta feição pode ser mais em 
função do retrabalhamento eólico do que essencialmente da ação das ondas.  Ainda 
em relação ao comportamento morfológico do P6, nota-se uma migração contínua das 
dunas frontais em direção ao continente, fato já pontuado por Rocha et al., 
(2018). Essa migração acompanha ainda a formação e destruição de cortes eólicos, 
principalmente entre os anos de 2015 e 2016 (figura 2C). De acordo com Rocha et 
al.(2018), esse processo pode levar a gênese de uma beach foredune ridge
3.3	Processos que determinam a evolução das cristas de praia no delta do rio 
Paraíba do Sul (RJ):
No flanco sul do delta do rio Paraíba do Sul (RJ), os sistemas de cristas de 
praia, são intercalados por truncamentos erosivos, o que indica um processo 
evolutivo da planície costeira marcado pela progradação do prisma deposicional, 
mas que eventualmente é interrompido por fases de erosão costeira (Rocha et al., 
2019). O dado da arquitetura deposicional corrobora tal fato, tendo em vista a 
ocorrência de Superfícies Erosivas truncando os refletores de progradação 
contínua do pacote (figura 2A e B). Paralelamente a isto, o perfil topográfico 
da praia evidencia os eventos erosivos atuais (figura 2C), a partir da sua 
morfologia. Considerado um análogo moderno, a investigação da dinâmica atual da 
praia e da linha de costa podem trazer indícios dos processos evolutivos de uma 
planície costeira (Dougherty, 2014 e Oliver et al., 2017). Portanto, a partir da 
correlação entre os processos pretéritos, marcados no padrão de empilhamento 
sedimentar, e os processos atuais, discute-se como os processos geomorfológicos 
interferem na evolução das cristas de praia  (figura 3).
Dito isso, a partir da progradação contínua da praia, no estágio 1 (figura 3A), 
a formação das cristas de praia não apresenta indícios de processos erosivos e 
sua progradação ocorre de maneira subsequente através da incorporação dos 
sedimentos marinhos que são transportados até à berma por processos de 
espraiamento das ondas , conforme o modelo de Tamura (2012) e Otvos (2020). Já 
no segundo estágio, a praia começa a sofrer com processos erosivos e elementos 
morfológicos ficam marcados na paisagem, como as escarpas erosivas e o aumento 
expressivo das dunas frontais (figura 3B). No terceiro estágio, a praia pode se 
recuperar a partir da incorporação dos sedimentos transportados pelas ondas e 
até mesmo pelos sedimentos que compõe a duna frontal. Neste último caso, esse 
processo pode ocorrer quando a duna frontal, que aumenta em termos altimétricos 
a partir do processo de scarp and fill, perde sustentação e colapsa, geralmente 
a partir da geração de cortes eólicos. Esse processo foi observado no P6, na 
mencionada área de estudo (figura 3C e 2C). Esses sedimentos podem ainda ser 
transportados pela ação eólica, formando as cristas de dunas frontais (Hesp et 
al., 2005). 
 
Figura 3: Modelo de evolução das cristas de praia do flanco sul do delta do rio 
paraíba do sul associado a padrões geomorfológicos.
No perfil topográfico (figura 2C), por exemplo, a variação altimétrica entre o 
ambiente praial e o eólico é de aproximadamente 4m até 2016. Já em 2018, 
observa-se uma redução da altura dessa duna para aproximadamente 2m. Valor 
semelhante foi encontrado no interior da planície, através da linha de GPR, onde 
os refletores eólicos aparecem por aproximadamente 1,5m de espessura, 
possivelmente associado ao estágio 3 de evolução. Já as SEs que estão 
relacionadas aos truncamentos erosivos na paisagem, Bastos (1997) atribui a 
formação desses padrões a partir de mudanças de orientação do curso do rio. Já 
Martin et al., (1983), associa essas descontinuidades a oscilações de alta 
frequência do nível mar. Entretanto, tal hipótese foi refutada por Rocha et al., 
(2019), no qual, a partir de datações por Luminescência Opticamente Estimulada 
(LOE) (figura 1A) a autora interpretou que as cristas de praia permaneceram 
preservadas durantes essa “oscilação”. Dificilmente essas feições permaneceriam 
preservadas nas condições sugeridas por Martin et al., (1983). Dominguez e 
Guimarães (2022) também refuraram essa hipótese no delta do rio São Francisco 
com o mesmo argumento.
 Dougherty (2014) e Oliver et al., (2017) indicaram para as planícies na Nova 
Zelandia e Australia, respectivamente, reorientações da paleopraias a partir da 
incidência de sussesivos eventos de tempestade. Esse não parece o caso do delta 
do rio Paraíba do Sul (RJ), tendo em vista o caráter contínuo do processo 
erosivo na praia de Atafona, exemplificado através dos indicadores morfológicos 
no P6 (figura 1B e 2C) e nos monitoramentos de linha de costa (Machado, 2020; 
Rocha et al., 2018; Vasconcelos et al., 2021). Por outro lado, Sawakuchi et al., 
(2008) e Guedes et al., (2011) em trabalhos na planície da Ilha Comprida indicam 
uma outra temática para essas reorientações das cristas de praia. Segundo os 
autores, uma mudança na frequencia e direção das ondas, poderia ocasionar o 
fenômeno. Já Milana et al., (2017) correlaciona as fases de erosão e progradação 
das paleopraias a mudanças paleoambientais relacionadas a períodos mais úmidos e 
mais secos. Entretanto, essas hipóteses e as reconstruções paleogeográficas 
ainda precisam ser melhor investigadas no delta, sobretudo através da correlação 
entre dados geomorfológicos, geofísicos e geocronológicos.

Figura 1: Mapa de localização do atual delta do rio Paraíba do Sul (RJ). A: Linha A de GPR próximo a foz. e B: Fotografia representando a praia atual.

Figura 2A e B: Conjunto de radarfáceis e seus padrões morfológicos. C:Perfil 6 da praia, observar os indicadores morfológicos de erosão costeira

Figura 3: Modelo de evolução das cristas de praia do flanco sul do delta do rio paraíba do sul associado a padrões geomorfológicos.
Considerações Finais
A relação entre a arquitetura deposicional das “paleopraias” e  a morfodinâmica 
moderna da praia forneceu registros  dos processos que podem explicar a gênese das 
cristas de praia e a evolução da planície deltaica do rio Paraíba do Sul. Os 
processos de erosão e progradação são identificados na atual linha de costa, 
enquanto os registros destes processos também foram identificados no interior da 
respectiva planície. Fato corroborado a partir da investigação em superfície das 
diferentes orientações das paleopraiais e em subsuperfície cujo os refletores 
praiais em direção ao mar, intercalados por SEs indicam uma construção da planície 
associados a fases erosivas.
Por fim,  a análise dos padrões modernos da praia indicam um momento de erosão 
costeira e portanto, sua dinâmica pode ser um exemplo de uma fase pretérita na 
planicie. De fato, são inúmeras as hipóteses atreladas a ocorrência dessas fases 
de erosão e progradaçâo na construção da planície deltaica. Entretanto, a 
correlação dessas fases a mudanças paleoambientais, sobretudo durante o holoceno 
ainda parece um desafio. Dito isso, a investigação das cristas de praia do delta 
do rio paraiba sul apresenta um grande potencial paleogeográfico, tal como as 
reconstruções paleoambietais dos ambientes costeiros a partir da utilização de 
métodos de geofísica e geocronologia.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao programa de Pós-Graduação em Geografia da uff pelo apoio 
com o edital PROEX/POSGEO-UFF. A estudante agradece também a CAPES pela bolsa de 
doutorado e ao LAGEF por fornecer toda a estrutura.
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