Autores
- LÍGIA NOVAKUFFEmail: ligianovak@gmail.com
 - THAÍS BAPTISTA DA ROCHAUFFEmail: thaisbaptista@id.uff.br
 - GUILHERME BORGES FERNANDEZUFFEmail: guilhermefernandez@id.uff.br
 
Resumo
As barreiras costeiras são feições que fazem parte das planícies costeiras e 
tiveram sua formação ligada principalmente às oscilações do nível do mar no 
Holoceno. Especificamente, a tipologia transgressiva caracteriza-se pela 
migração em direção ao continente. A barreira de Quissamã, localizada ao sul do 
Complexo Deltaico do Rio Paraíba do Sul (CDRPS)-RJ, Brasil, tem sido estudada 
enfatizando seu comportamento na escala geológica. No entanto, poucos estudos 
abordam a migração da linha de costa em escala de médio prazo, assim como seu 
comportamento no contato com o sistema lagunar adjacente. Portanto, esta 
pesquisa teve como objetivo avaliar a dinâmica da linha de costa e a resposta da 
retrobarreira utilizando ferramentas de sensoriamento remoto e perfis de praia. 
Nas escalas anuais, a barreira apresenta estabilidade. No entanto, a médio prazo 
a tendência geral para esta barreira é a migração para o continente onde há 
contato com o sistema lagunar.
Palavras chaves
barreiras transgressivas; linha de costa; resposta geomórfica; escalas espaço-temporais; geotecnologias
Introdução
A linha de costa é um indicador que estabelece o limite entre o oceano e o 
continente (Boak; Turner, 2005), e a avaliação dessa condição, ou seja, migração 
para terra, oceano ou estabilidade, significará processos de erosão, acreção ou 
estabilidade (BURNINGHAM; FERNANDEZ-NUNEZ, 2020). As atividades relacionadas à 
pesquisa, engenharia e gestão de áreas costeiras usam avaliações do 
comportamento da linha de costa em várias escalas espaciais e temporais (GRACIA 
et al., 2005; BURNINGHAM; FERNANDEZ-NUNEZ, 2020; QUADRADO et al., 2021). Além 
disso, informações contínuas e de longo prazo sobre a evolução do comportamento 
da linha de costa trazem estimativas mais sólidas e confiáveis (STIVE et al., 
2002; LUIDJENDIJK et al., 2018), e tornaram-se uma ferramenta importante para a 
gestão costeira (BROMMER; BOCHEV-VAN DER BURGH, 2009). Os diferentes processos 
geomórficos que modificam a linha de costa estão relacionados com escalas 
específicas de espaço e tempo (STÉPHAN et al., 2019). 
Diversas ferramentas são utilizadas para investigar a dinâmica costeira em 
diferentes escalas de espaço e tempo (BURNINGHAM E FERNANDEZ-NUNEZ, 2020; SHAW 
et al., 2008). Especificamente, a médio prazo, as ferramentas frequentemente 
usadas para mapear a dinâmica da linha de costa são imagens de satélite e 
fotografias aéreas, que fornecem análises em escalas interdecadais e de eventos, 
embora em intervalos temporais irregulares e espacialmente restritos 
(LUIJENDIJK; DE VRIES, 2020; BURNINGHAM; FERNANDEZ -NÚÑEZ, 2020). No entanto, 
desde 2016, este cenário tem mudado com o desenvolvimento do Google Earth 
Engine. Conhecido como uma plataforma de processamento geoespacial baseada em 
nuvem (GORELICK et al., 2017), que fornece um catálogo de imagens de satélite e 
dados geoespaciais disponíveis para pesquisadores mapearem e quantificarem 
mudanças na superfície da Terra, incluindo a dinâmica da linha de costa 
(LUIJENDIJK; DE VRIES, 2020). Algoritmos e ferramentas web têm sido 
desenvolvidos para a detecção automática da linha de costa em escala planetária, 
a partir de imagens com séries temporais regulares e longas, como imagens 
Landsat, geralmente usando o Índice de Diferença Normalizada de Água (NDWI) 
(LUIJENDIJK et al. 2018; VOS et al. 2019, ALMEIDA et al. 2021).
Estudos de avaliação global da linha de costa e respostas das praias a cenários 
de elevação do nível do mar e efeitos de ondas de tempestade (LUIJENDIJK et al., 
2018; VITOUSEK et al., 2017; VOUSDOUKAS et al., 2020) mostram a potencial para 
técnicas de sensoriamento remoto, para melhor compreensão das mudanças costeiras 
globalmente, especialmente com alta resolução temporal de imagens de satélite. 
No entanto, a resposta das praias deve considerar as especificidades locais e 
temporais dos processos costeiros, como espaço de acomodação, taxa de 
sedimentação, clima de ondas (COOPER et al., 2020).
Para mapear a dinâmica da linha de costa em barreiras transgressivas, também é 
possível avaliar a dinâmica da retrobarreira que muitas vezes aparece em contato 
com uma feição lagunar/baía, indicando a migração para o continente (MCBRIDE et 
al., 1995). Enquanto, por um lado, o uso recente de ferramentas geoespaciais e 
de sensoriamento remoto têm se concentrado na detecção automática da linha de 
costa (BURNINGHAM; FERNANDEZ-NUNEZ, 2020), por outro lado, ainda parece 
inexplorado para a detecção de dinâmica da retrobarreira (DONNELLY et al., 
2004).
Portanto, o objetivo desta pesquisa é avaliar a dinâmica da linha de costa e a 
resposta da retrobarreira na barreira transgressiva localizada na parte sul do 
CDRPS e incluir o significado dos processos de recuo, estabilidade e acreção a 
partir da perspectiva das escalas espaciais e temporais.
Material e métodos
2. Metodologia 
2.1 Área de estudo
A área de estudo compreende o setor sul do Complexo Deltaico do Rio Paraíba do 
Sul (CDRPS), que engloba diversas feições deposicionais que tiveram sua formação 
condicionada às oscilações do nível do mar no Quaternário e na contribuição 
sedimentar do rio Paraíba do Sul (DIAS, 1981; SILVA, 1987; ROCHA et al., 2013) 
(Figura 1).
A barreira transgressiva tem largura média de 100 m e uma altura 
entre 4,5 e 6,5 m em relação ao nível médio do mar, sendo submetida 
continuamente por processos de transposição. De forma que, em condições de 
tempestades, as ondas ultrapassam o topo da barreira depositando leques de 
transposição dentro das lagoas que estão na retrobarreira (ROCHA et al, 2013). 
Nessa mesma área está situado o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA 
de Jurubatiba), dedicado à preservação de algumas vegetações específicas e fauna 
associada da Mata Atlântica (ICMBIO, 2019). Também se destaca uma obra costeira 
que modificou intensamente a linha de costa, os guias-correntes de Barra do 
Furado, que foram construídos na década de 1980 para estabilização do Canal das 
Flechas que conectava as águas da Lagoa Feia ao mar (BIDEGAIN et al., 2002).
2.2.	Dinâmica da linha de costa
A análise da dinâmica da linha de costa foi realizada por meio do CASSIE- 
Coastal Analysis via Satellite Imagery Engine (ALMEIDA et al., 2021). A escala 
temporal utilizada abrange as imagens Landsat de 1984 a 2020. A partir da linha 
de base e das linhas de costa foram gerados 159 transectos normais à costa com 
espaçamento de 500 m. Além disso, o CASSIE também fornece gráficos de regressão 
linear de cada transecto gerado, que representa a variação da linha de costa de 
1984 a 2020. 
2.3.	Dinâmica da retrobarreira
O mapeamento da barreira costeira dentro do sistema lagunar foi realizado 
utilizando a metodologia NDWI (Normalized Difference Water Index) que permite 
destacar a fronteira entre áreas emersas e submersas (MCFEETERS, 1996). A rotina 
desenvolvida por Costa et al. (2020) utilizada neste trabalho, desenvolvida 
dentro da plataforma Google Earth Engine (GEE), foi baseada em um método de 
diferenciação de imagem pixel a pixel, juntamente com uma detecção de mudança 
baseada em limites, exposta por Klemas (2011). Para esta análise, foram 
selecionadas as imagens Landsat de 7 de maio de 1984 e 14 de agosto de 2020, com 
o menor percentual de cobertura de nuvens.  
As taxas de variação da linha de costa da retrobarreira foram calculadas 
considerando somente o contato com o sistema lagunar, estabelecendo transectos a 
cada 500 metros no contato com as lagoas, onde foi calculada a taxa de variação 
medido a distância da linha mais antiga (1984) e da mais recente (2020), 
dividindo pelo tempo transcorrido. A partir disso, foram encontrados 4 tipos de 
respostas geomórficas adaptados do estudo de McBride et al. (1995) que são: 1. 
Acreção/erosão por ação antrópica: resultado da interrupção do transporte 
longitudinal de sedimentos por uma obra costeira; 2. Equilíbrio dinâmico: tanto 
a linha de costa da retrobarreira quanto a linha de costa oceânica apresentam 
estabilidade a longo prazo; 3. Recuo: indica a retrogradação da linha de costa 
oceânica e estabilidade da linha de costa da retrobarreira; 4. Migração para o 
continente por overwash (transposição de ondas): movimentos da linha de costa da 
retrobarreira e oceânica em direção ao continente como resultado de processos de 
transposição, gerando leques de transposição. Neste trabalho, a linha de 
oceânica é entendida como o contato úmido/seco; e a linha de costa da 
retrobarreira é considerada como o contato com as lagoas costeiras.   
2.4.	Dados topográficos
Para avaliar a evolução à curto prazo foram utilizados dados de 
perfis topográficos de praia. A partir das cotas altimétricas foi obtido o 
volume sedimentar seguindo a metodologia de Oliveira Filho et al. (2020) 
adaptada por sua vez dos princípios de Birkemeier (1984).
Figura 1
Resultado e discussão
3.	Resultados e discussões
3.1.	Dinâmica da linha de costa e da retrobarreira
A resposta geral da linha de costa da barreira no setor central mostra um 
evidente recuo em contato com as lagoas costeiras. Além dos resultados de 1984 a 
2020 obtidos pelo CASSIE, as respostas geomórficas também indicaram 
retrogradação, tanto por recuo simples quanto por processos de overwash. No 
perfil 1, apesar da estabilidade da linha de costa na escala decadal (-0,38 m. 
ano-1) e na análise do volume sedimentar (2010-2019), considerando a resposta 
geomórfica das duas linhas de costa existe uma migração por overwash. Neste 
trecho não há informação sobre a elevação da barreira, porém na área adjacente 
as alturas variam de 4,5 a 5 m.
No perfil 2, os resultados da linha de costa apontaram para estabilidade (-0,45 
m. ano-1), e a análise topográfica indicou suave decréscimo. A migração da 
linha de costa para o continente também ocorre pelos processos de transposição, 
onde se formam leques de transposição. A elevação da barreira é de 4,5 m acima 
do nível do mar, então as ondas incidentes podem passar por ela e depositar 
sedimentos na retrobarreira.
O perfil 3 apresentou equilíbrio em todas as análises, e considerando o período 
de 1984 a 2020, a linha de costa migrou a uma taxa de -0,40 m. ano-1. A 
resposta geomórfica da barreira é de equilíbrio dinâmico, com variação das duas 
linhas de costa a taxas de 0,3 m. ano-1. Nesse trecho, a elevação da barreira é 
de aproximadamente 6m, o que pode explicar o equilíbrio nessa área.
Os perfis 4 e 5 são bastante instáveis e tendem a recuar. A resposta geomórfica 
neste trecho é de migração por overwash, com a linha de costa se movendo a uma 
taxa de -1,2 m. ano-1 e linha da retrobarreira a -0,5 m. ano-1. Nesta área a 
elevação da barreira varia de 4,6 a 5,3m,
O perfil 6, na análise decadal, tem característica erosiva, migrando em direção 
ao continente a uma taxa de -0,67 m. ano-1, assim como a resposta geomórfica 
nesta seção indicou recuo, com a migração da linha de costa oceânica a uma taxa 
de -1,1 m. ano -1. A elevação da barreira oscila entre 3 e 5m.
Nos perfis 7 e 8 foram encontradas as maiores taxas de avanço da linha de costa 
bem como as altas taxas de erosão (>-3 m. ano-1).  Nesta área não há contato com 
o sistema lagunar, mas há movimento da linha de costa devido à deriva litorânea, 
que compreende acreção à barlamar e erosão à sotamar. No perfil 7, a altitude da 
barreira é maior, mas diminui no P8. Apesar do perfil mais baixo da barreira 
nesta área, ela apresenta um ganho contínuo de sedimentos e, consequentemente, 
acreção da linha de costa, devido aos guias-correntes. Estas obras costeiras 
transversais à costa interrompem a corrente de deriva litorânea, de modo que os 
sedimentos são depositados na direção da corrente, à barlamar, e do outro lado 
há um déficit à sotamar (BUSH et al., 2010; ALFREDINI; ARASAKI, 2005).
A retrogradação encontrada na barreira de Quissamã, especificamente nas áreas em 
contato com os sistemas lagunares é resultado dos processos de overwash. McBride 
et al. (1995) encontraram respostas geomórficas predominantes na análise 
sistemática de linhas de costa em barreiras na Louisiana, Mississippi, sul da 
Geórgia e norte da Flórida, EUA. Em Louisiana, as barreiras têm perfil baixo 
(aproximadamente 2,5 m) e são marcadas pela alta frequência de transposição de 
ondas, portanto, apresentam-se como uma resposta predominante o rompimento, 
recuo e migração em direção ao continente. Apesar das barreiras da Louisiana 
migrarem para o continente a taxas mais altas (-10 m.ano-1), ela tem 
comportamento semelhante à barreira de Quissamã, pois esta última também é 
dominada por processos de overwash, além do baixo perfil, facilitando a 
ocorrência desses processos, especialmente entre os perfis 4 e 5, onde a 
elevação da barreira varia de 2,8 a 5,3m, e no P4 com altura de 5m, as ondas 
ultrapassam a altura e depositam os sedimentos na retaguarda formando os leques 
de transposição.  
Nave e Rebêlo (2021) no estudo sobre a evolução da linha de costa no sistema de 
barreiras transgressivas de Ria Formosa, Portugal encontraram resultados opostos 
à tendência de uma barreira transgressiva. O comportamento da linha de costa 
entre 1950 e 2015 apontou para um comportamento progradante da linha de costa em 
54% da área de estudo, estando esta progradação fortemente relacionada às 
modificações na costa na forma de guias-correntes. Já a erosão foi identificada 
no centro do sistema de ilhas-barreiras, com taxas variando de -1,3 m.ano-1 em 
Armona e -4,7 m.ano-1 na Ilha de Tavira. Na barreira de Quissamã, as altas taxas 
de acreção verificadas na área norte também refletem a atuação de uma obra 
costeira e não correspondem ao comportamento de uma barreira transgressiva, 
especificamente nesta área, cujas taxas de acreção chegam a 2,3 m. ano -1. 
3.2.	Perspectivas nas escalas de espaço e tempo
A evolução das barreiras costeiras depende de forçantes que atuam em diferentes 
escalas, como o comportamento do nível do mar no Holoceno, a taxa de aporte 
sedimentar, o clima de ondas e a frequência de eventos de alta energia (COOPER 
et al. 2018). Na escala geológica a barreira costeira investigada é 
caracterizada em termos morfoestratigráficos como transgressive/retrogradante 
(ROY et al. 1994; DILLENBURG e HESP, 2009; OTVOS, 2004, 2012).
Os resultados em meso-escala (interdecadal, interannual), por outro lado, 
mostraram que o comportamento de recuo da linha de costa e de migração por 
overwash da barreira não ocorreu de maneira generalizada. A estabilidade e o 
equilíbrio dinâmico também foram significativamente mapeados, além do 
comportamento de acreção, ainda que por causas antropogênicas. Essas diferenças 
provavelmente possuem relação com a morfologia da barreira que tendem a 
determinar, por exemplo, a ocorrência de processos de transposição de ondas 
(COOPER et al. 2018), que é considerado um mecanismo fundamental no processo de 
retrogradação da barreira transgressiva. 
Também foi possível observar que altitude da barreira varia entre 3,0m e 6,5m. 
No setor central, onde predomina o comportamento de recuo da linha de costa na 
escala decadal, a barreira possui mais trechos com altitude mais baixa, 
comparativamente ao setor sul. De acordo com Sallenger (2000), a transposição 
das ondas tende a ocorrer quando o alcance máximo de espraiamento delas 
ultrapassa o topo da barreira.
Especificamente no caso da barreira transgressiva do CDRPS, as forçantes que 
levam aos efeitos de recuo da linha de costa e da retrogradação da barreira, 
também possuem causas associadas a diferentes de escalas. Além do aumento do 
nível do mar iniciado no Holoceno, o aporte sedimentar também é considerado um 
fator. De acordo com Machado (2010), há um desajuste no perfil de equilíbrio 
praial, uma vez que a antepraia é recoberta por sedimentos lamosos modernos, 
enquanto a praia é formada por areias grossas reliquiares. De acordo com a 
autora, apenas o transporte longitudinal de sedimentos próximo à costa seria 
responsável pelo aporte sedimentar na dinâmica praial (MACHADO, 2010; ROCHA et 
al. 2013).
Dessa forma, a tendência geral para a barreira de Quissamã na mesoescala 
provavelmente é que o sistema se mova em direção ao continente onde há 
contato com o sistema lagunar, na maioria por recuo e migração por overwash. 
Esta tendência está ligada à falta de sedimentos e à ocorrência de eventos de 
tempestade, gerando leques de transposição. Especialmente, a migração por 
overwash como resposta geomórfica foi amplamente fundamentada e a causa 
associada é a frequência de tempestades (DOLAN; GODFREY, 1973; SCHWARTZ, 1975; 
COOPER et al., 2018). Além disso, de acordo com vários autores (SCHWARTZ, 1975; 
LEATHERMAN, 1979; MORTON; SALLENGER, 2003; TIMMONS et al., 2010), o processo de 
overwash é efetivamente o principal mecanismo de migração da barreira.

Setorização da área de estudo, em sul, central e norte, com destaque para Parque Nacional de Jurubatiba (em verde) e a Barra do Furado.

Tipos de resposta geomórfica da retrobarreira e da linha de costa identificados na barreira de Quissamã, com taxas de variação de linha de costa em m. ano -1 e elevação da barreira em metros
Considerações Finais
Considerando as escalas temporais e espaciais e os materiais adotados nesta 
investigação foi possível verificar a retrogradação da barreira costeira em 
determinadas escalas temporais e alguns locais específicos. Os dados da ferramenta 
CASSIE apontaram para estabilidade. Além disso, foram observados recuos em alguns 
pontos, principalmente em áreas da barreira de baixo perfil. As maiores taxas de 
avanço e recuo foram associadas à intervenção humana, os molhes da Barra do 
Furado, que interromperam a deriva litorânea.
Recomenda-se para pesquisas futuras relacionar os dados de resposta geomorfológica 
da barreira com os dados de precipitação, além de aumentar a escala temporal, para 
se chegar a resultados mais precisos sobre a resposta da barreira.
Das análises realizadas, destacamos a importância de estudos que abordem, 
juntamente com a avaliação do comportamento da linha de costa em sistemas de 
barreiras costeiras, o ambiente da retrobarreira, com o intuito de compreender as 
diferentes tendências evolutivas, principalmente associando as diferentes escalas. 
Conforme argumentado por Cooper et al. (2018, 2020), a análise do comportamento 
das praias e das barreiras costeiras deve considerar os vários fatores a 
determinadas escalas de espaço e tempo, desde a geologia antecedente, à escala 
milenar, até aos eventos instantâneos, como a ação diária das ondas.
Agradecimentos
Referências
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