Autores
- BEATRIZ ABBADE MOTALAGEF - UFFEmail: beatrzabbade@id.uff.br
 - IVANDRO PATRICK COUTINHOLAGEF - UFFEmail: ipatrick@id.uff.br
 - SILVIO ROBERTO OLIVEIRA FILHOLAGEF - UFFEmail: silviooliveira@id.uff.br
 - TIAGO FERNANDO HOLANDALAGEF - UFFEmail: tiagofh@id.uff.br
 - THIAGO GONÇALVES PEREIRAGEOGRAFIA UERJEmail: thiagopereira.uerj@gmail.com
 - GUILHERME BORGES FERNANDEZLAGEF - UFFEmail: guilhermefernandez@id.uff.br
 
Resumo
Os processos físicos envolvendo praias e dunas frontais deixam registros 
morfológicos associados à ação eólica, assim como às ondas. Estas feições 
apresentam nuances fisiográficas de difícil documentação, pela escassez de dados 
analíticos. Na última década, houve uma sensível evolução de técnicas de 
documentação da morfologia de detalhe, utilizando algoritmos associados a 
Structure for Motion (SfM). Tais análises são possíveis a partir de imagens 
aéreas obtidas por veículos aéreos remotamente pilotados. Neste sentido, este 
trabalho teve como objetivo mapear diferentes feições observadas em praias e 
dunas frontais, na praia do Peró, RJ. Os resultados identificaram cortes eólicos 
dispostos de maneira recurvada, provavelmente difratados por rugosidade no 
terreno. Em relação às ondas foi observada uma extensa escarpa erosiva, 
resultado de ondas de tempestade. Conclui-se que a ferramenta se mostra 
fundamental para que detalhes e nuances geomorfológicas possam ser descritas e 
analisadas.
Palavras chaves
Dunas frontais; Cortes eólicos; Escarpas praiais; Veículo aéreo não tipulado (ARP); Processos eólicos
Introdução
Estudos envolvendo a geomorfologia eólica, abrangem diretamente áreas 
desérticas, mas também trechos litorâneos, que representam uma parcela 
importante na literatura cientifica geomorfológica (Bauer, 2009; Stout et al., 
2009). De fato, para que sejam observadas feições derivadas da ação do vento, 
são necessárias condições físicas especificas ao longo do litoral interagindo de 
maneira consorciada. Tais condições derivam obviamente da ação dos ventos não 
somente com energia, mas constância, disponibilidade de sedimentos com 
características granulométricas que sejam passíveis de serem transportados, além 
de áreas relativamente amplas e planas, para que as formas eólicas se projetem 
desde o contato da praia com o oceano, até as áreas mais interiorizadas (e.g. 
Tsoar e Pye, 2009; Lancaster, 2013; Hesp, 2013; Walker et al., 2017; Sloss et 
al., 2018; Hesp e Walker, 2021). Desta forma, diferentes morfologias podem ser 
verificadas ao longo do litoral, muitas dessas formas relacionadas ao efeito 
direto à vegetação, como dunas frontais (Arens, 1996; Hesp, 2002) e dunas 
parabólicas (Tsoar e Blumberg, 2002; Hesp et al., 2010; Hart et al., 2012), além 
de nebkhas (El-Bana et al., 2002; Marrero-Rodríguez et al., 2020). 
Um desafio constante tem sido a interpretação morfológica da morfologia, haja 
visto que são necessários esforços significativos em termos financeiros, com 
equipamentos topográficos e de leitura à laser. Por outro lado, na última década 
o desenvolvimento de fotogrametria de baixo custo, teve um impulso 
impressionante, em função do desenvolvimento de métodos para reconstrução 
topográfica de alta resolução, fortemente previsto e adequado para pesquisas de 
baixo orçamento e com aplicações em áreas remotas (Westoby et al., 2012). Tal 
fato ocorreu em ambientes computacionais, formulados em algoritmos que 
permitiram a geração de visualização tridimensional de determinados alvos, a 
partir de um arranjo de câmeras digitais, que podem ser bem-organizadas ou mesmo 
de forma randômica (Eltner e Sofia, 2020). Independente do arranjo fotográficos, 
algoritmos que permitem a criação de estruturas tridimensionais, reconhecida por 
Strucutre from Motion (SfM), favoreceram e tem sido amplamente utilizada para a 
documentação de formas de relevo observadas na superfície terrestre (Clapuyt et 
al., 2016; James et al., 2017). 
	As geociências e particularmente a geomorfologia tem se dedicado a 
utilizar de maneira cada vez mais sistemática ferramentas de SfM, muito 
provavelmente em função dos custos relativamente baixos, uma vez que as 
fotografias aéreas são obtidas por aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), que 
tem se tornado acessíveis em termos de preço, comparados a alta efetividade dos 
resultados obtidos (Anderson et al., 2019). Particularmente nos estudos em 
ambientes costeiros, a utilização de SfM gerando representações tridimensionais 
de feições complexas como dunas e praias tem sido recorrente e intensificada 
(Turner et al., 2016), principalmente em monitoramentos costeiros (Gonçalves e 
Henriques, 2015). 
	Parece claro que a utilização envolvendo imagens digitais obtidas por 
ARPs e pós processamento com técnicas SfM são um importante fronteira de 
conhecimento analítico na geomorfologia. No litoral do Rio de Janeiro, em que 
existem diferentes exemplos de ambientes deposicionais, se apresenta como uma 
área interessante de se verificar como que tais ferramentas podem auxiliar o 
entendimento de formas detalhadas de relevo. Nesse sentido, esse estudo tem como 
objetivo entender as formas de relevo distribuídas na planície costeira do Peró, 
no município de Cabo Frio-RJ, formadas pela ação dos ventos onshore, soprados 
preferencialmente de nordeste, assim como extrair informações sobre efeitos de 
ondas de tempestade, oriundas de ventos do quadrante sul, a partir de imagens 
digitais processadas por SfM.
Material e métodos
Para a análise da ocorrência das diferentes feições geomorfológicas na planície 
costeira do Peró foram gerados modelos digitais de superfície (MDS), através de 
processamento por técnicas de SfM, a partir de fotografia aéreas digitais, 
obtidas no nadir, em duas áreas ao longo de determinados trechos planície 
costeira do Peró (Figura 1). As duas áreas dos voos foram delimitadas a partir 
do mapeamento geomorfológico das diferentes formas de relevo eólico, descrito em 
Fernandez et al. (2017). A distribuição dos voos foi determinada seguindo os 
objetivos de se cobrir diferentes padrões eólicos observados previamente na 
área, envolvendo formações relevantes descritas por dunas frontais posicionadas 
junto à costa e mais interiorizadas, definidas por formas parabólicas. Tais 
padrões foram reinterpretados sobre fotografias aéreas gratuitamente 
disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
realizadas em 2005, dentro do Projeto RJ25. 
A área do primeiro voo (voo 1) foi escolhida por representar não somente as 
dunas frontais, mas também por incorporar dunas posicionadas no reverso destas, 
em que foram mapeadas previamente dunas parabólicas (Fernandez et al. 2017; 
Fernandez et al. 2009). O voo 2 foi delimitado por representar formas de relevo 
proximal à costa, em que no mapeamento de Fernandez et al. (2017) e Fernandez et 
al. (2009) mostraram o desenvolvimento contínuo de dunas frontais, derivados de 
ventos de direção preferencial do oceano para o continente, em que não raramente 
ondas de tempestade afetam esta praia (Bulhões et al. 2016). 
Para a geração dos MDS foram necessários esforços de campo para a aquisição de 
fotografias aéreas digitais, registradas por câmeras aerotransportadas em 
Aeronave Remotamente Pilotada (ARP). 
Os trechos da planície de sobrevoo foram sempre realizados em uma janela de 
tempo entre às 10:00hs e às 15:00hs, para se evitar problemas relacionados a 
geração de erros referentes a baixa luminosidade e sombras, não somente 
derivadas da vegetação, mas também da própria irregularidade topográfica das 
dunas. Os voos também foram realizados com predominância de céu aberto, que 
favoreceu a melhor definição das cores, além de obviamente em relação às 
condições de velocidade do vento. Em relação a esse último aspecto limitante, 
foi consultado o aplicativo UAV Forecast, que prevê velocidades de até 10 km/h 
seguras para voo, que de certa forma garante a qualidade das imagens por inibir 
distorções no processo de aquisição.
As duas missões aéreas foram auxiliadas pelo aplicativo DroneDeploy, que permite 
definir uma série de parâmetros de voo, como altitude, superposição entre as 
fotos, direção do voo e da distância da amostra no solo ou superfície (GSD a 
partir da tradução direta de Ground Sample Distance). As fotografias digitais 
foram armazenadas em cartão de memória embarcada na própria aeronave. Ainda em 
campo, para que os ajustes de topografia ortorretificados fossem posteriormente 
possíveis, foram adquiridos dados de posicionamento geográfico e altimetria. 
Este procedimento foi feito a partir de diferentes marcadores no terreno, 
distribuídos ao longo da área de sobrevoo. A altitude dos marcadores foi 
determinada por irradiação topográfica, utilizando estação total e prisma de 
reflexão, com as altitudes dispersadas a partir de referenciais de nível no 
terreno, com altitudes ajustadas ao nível médio do mar.  
A rotina de processamento computacional para a geração dos MDS após o trabalho 
de campo foi estabelecida nas plataformas AGISOFT Metashape e QGIS. No Agisoft 
as rotinas seguiram fluxos de trabalho padrão do programa, que permitiram a 
geração dos MDS. No QGIS, os dados morfológicos foram diretamente interpretados 
sobre o MDS, discretizando as diferentes formas de relevo observáveis.
Resultado e discussão
Na Figura 2 estão apresentados os diferentes resultados obtidos no Voo1. A 
Figura 2A mostra a interpretação dos diferentes padrões eólicos, determinados 
sobre as fotografias aéreas obtidas em 2005. Nas fotografias aéreas a resolução 
espacial obtida, ou seja, o GSD foi de 1 metro/pixel. Na figura 2C mostra o MDS 
que permitiu a identificação de feições bastante mais detalhadas, em relação ao 
padrão observado em 2005, descritas na Figura 2B, descritas por GSD de 2,7 
cm/pixel. Na Figura 2B, relativa ao ortofotomosaico gerado com as fotografias 
aéreas, estão as interpretações referentes aos diferentes depósitos eólicos 
feitas a partir do MDS. 
Em 2005 (Figura 2A) foram identificados os limites distais, associados ao 
reverso das dunas frontais, em relação à planície de deflação, além a 
identificação especificamente de um corte eólico, interrompendo a continuidade 
do alinhamento paralelo que estas dunas representam. O reverso das dunas 
frontais foi marcado por irregularidades na continuidade da linha de mapeamento, 
o que poderia indicar a ocorrência de outros cortes, porém em função da pouca 
evidência, não foram marcados no mapeamento. Na área da planície no reverso das 
frontais foram identificados três padrões de dunas parabólicas, com a feição 
mais ao norte apresentando um ou mais lóbulos de evolução, ajustados a 
ocorrência de ventos predominantes de nordeste. Nos lóbulos das dunas foram 
mapeados cortes eólicos. 
A partir dos MDS gerados na Figura 2C, houve uma sensível melhoria das formas de 
relevo previamente interpretados. Na Figura 2C de fato se notou que o reverso 
das dunas frontais apresentava uma linha irregular, com evidências dos 
sedimentos depositados nas dunas frontais, serem transgressivamente 
transportados por ventos de nordeste. Este movimento transgressivo parece estar 
ajustado a formação de cortes eólicos, cuja morfologia apresenta padrões 
recurvados. Em relação às dunas parabólicas foi possível um sensível 
detalhamento da ocorrência de dunas parabólicas não somente com diferentes 
lóbulos deposicionais, mas por detalhar diferentes cortes eólicos presentes 
nestas dunas. Em relação às escarpas erosivas que limitam a praia e as dunas 
frontais, os avanços foram mais tímidos, haja vista que na fotografia aérea de 
2005, foi possível se determinar variações entre a vegetação e a berma, com o 
limite seco e úmido representado pelo espraiamento das ondas.
A formação de dunas frontais, na planície costeira do Peró foi primeiramente 
interpretada por Fernandez et al. (2009) que descreveu a acumulação contínua de 
sedimentos oriunda da remoção de materiais depositados na berma, removidos por 
ventos de nordeste, fixados por uma vegetação essencialmente reptante, dando 
origem às dunas frontais. Tais condições foram posteriormente detalhadas por 
Fernandez et al. (2017). O refinamento da morfologia de dunas frontais, porém 
com enfoque em arranjos na arquitetura deposicional foi feito por Moulton et al. 
(2013) ao analisar a morfoestratigrafia de diferentes dunas frontais no Rio de 
Janeiro e destaca o desenvolvimento de padrões de sedimentos depositados no topo 
das dunas do Peró, precipitados em direção ao continente, em função de ventos de 
nordeste. A ação das ondas de tempestade, causando efeitos morfológicos 
descritos por escarpas erosivas, deve-se a entrada de ondulações mais 
energéticas, do quadrante sul (Bulhões et al., 2016; Bulhões et al., 2014; 
Fernandez et al., 2011). 
Em relação às parabólicas, estas se mostram dispersas no reverso das dunas 
frontais (Fernandez et al., 2017; Fernandez et al. 2017). A morfologia das 
parabólicas segue um padrão de diferentes lóbulos deposicionais, que 
provavelmente refletem a dinâmica persistente de ventos unidirecionais, com 
pequenas flutuações, na evolução destes lóbulos, conforme Smyth et al. (2020). A 
provocação deste processo geomorfológico, provavelmente ocorre em função do 
desenvolvimento de cortes eólicos (Hesp, 2002), que em função de ventos 
descendentes em rajadas (Hesp & Hyde, 1996), favorecendo o aumento da área 
desprovida de vegetação, resultando em alargamento e aprofundamento conforme 
descrito por Smyth et al. (2012, 2019). Desta forma, variações na direção na 
direção preferencial dos ventos de nordeste, sobre sedimentos previamente 
depositados na forma de parabólicas, favoreceriam a remoção da vegetação 
fixadora de dunas, definidos pelos cortes eólicos remodelando as dunas, em 
diferentes lóbulos direcionais. 
Desta maneira, é bastante provável que as dunas parabólicas na área do Peró, por 
não estarem conectadas diretamente às dunas frontais (Muehe, 2017; Fernandez et 
al, 2017; Fernandez et al. 2009), devam ser o registro de dunas distribuídas na 
planície costeira, formadas em condições ambientais pretéritas, ou seja, é 
provável que tais dunas sejam resultado do efeito da vegetação, que favoreceu a 
formação das parabólicas. Outra possibilidade seria o desenvolvimento 
transgressivo de dunas frontais, que poderia ser desestabilizado por cortes 
eólicos, favorecendo a migração para o interior de sedimentos parcialmente 
expostos nos cortes eólicos nas frontais. De fato, com a proximidade das dunas 
frontais, a partir de cortes eólicos, com as pernas das parabólicas mais 
proximais à costa, talvez sejam em parte o reflexo da conexão futura entre as 
dunas posicionadas frontalmente ao oceano, com a pernas mais proximais ao 
litoral. Estudos desta natureza envolveriam desde a escala de eventos para 
mesoescala (Delgado-Fernandez et al., 2018). De toda a forma, seriam necessários 
esforços de monitoramento em sequência da dinâmica destas dunas, além de 
amostras para obtenção de dados geocronológicos, para se estudar evolução de 
mais longo prazo, não previstos neste trabalho. Lembrando que infelizmente 
fotografias aéreas mais antigas do que 2005, pela baixa resolução espacial, não 
se mostraram confiáveis para o melhor entendimento da evolução históricas das 
dunas mais interiorizadas.
Na área do segundo voo, o trecho analisado mostra o desenvolvimento de cortes 
eólicos diretamente sobre as dunas frontais. Os padrões morfológicos recurvados 
dos cortes sugerem a deflexão dos ventos, a partir de cortes eólicos. Padrões 
defletidos, como os observados no Peró, devem estar relacionados a padrões 
semicirculares observados por Smyth et al. (2013). Formas semicirculares também 
foram descritas no Canada por Hesp & Walker (2012) que mostram a evolução 
sistemática dos cortes, em função de circulação interna, determinada pelo 
aprofundamento topográfico. Dados apresentados nos Estados Unidos reforçam esta 
dinâmica (Abhar et al., 2015). 
Especificamente no Peró, Muehe et al. (2017) documenta o aprofundamento de um 
corte eólico, que representa o entendimento em termos de dinâmica, dos cortes 
eólicos. Na fotografia aérea de 2005 não era possível a identificação de um 
corte eólico, uma vez que Muehe et al. (2010), se propôs a analisar possíveis 
conexões entre a praia e dunas frontais, assim como a transferência de 
sedimentos para a planície. Num segundo trabalho, porém, este corte eólico é 
muito bem documentado em Muehe et al. (2015), a partir de sequencias de perfis 
de praia, em que se evidencia gradualmente durante o monitoramento, do 
aprofundamento da morfologia, descrito por um corte transversal a essa feição. 
A partir dos dados de MDS, também se nota o desenvolvimento de formas 
parabólicas, a partir de lóbulos evolutivos, no reverso das dunas frontais. Tal 
fato é interessante, pois parece que a partir das dunas de precipitação 
observadas em Moulton et al. (2013), estas feições poderiam evoluir para o 
interior, com pouco aporte sedimentar oriundo das dunas frontais. Hugenholtz 
(2010) descreve que é possível se identificar dunas parabólicas com baixo 
suprimento sedimentar, ou seja, mesmo com a acumulação nas dunas frontais, 
cortes eólicos atuais ou parcialmente estabilizados no Peró, poderiam ser 
interpretados com dados de alta resolução, para melhor detalhamento morfológico. 

Distribuição das duas áreas de sobrevoo com ARP na planície costeira do Peró

Morfologia das dunas costeiras observadas no Peró no sobrevoo 1. Notar a junção entre as frontais e parabólicas mais distais à praia.

Dunas frontais, cortes eólicos e escarpas distribuídos no Peró. As comparações com dados de Muehe (2014) evidenciam a atual dinâmica destas dunas.
Considerações Finais
A planície costeira do Peró, mesmo com um bom histórico de trabalhos sobre sua 
geomorfologia, apresenta lacunas importante para o melhor entendimento sobre 
nuances morfológicas envolvendo processos aerodinâmicos e hidrodinâmicos. Desta 
forma, a partir do detalhamento morfológico, envolvendo não somente resultados 
sobre a relação morfodinâmica envolvendo as praias e as dunas frontais, assim 
como também na distribuição de formas das dunas distribuídas ao longo da 
planície, foram feitos avanços sobre tais nuances, possíveis apenas pela 
popularização na aquisição de dados aerofotogramétricos com ARPs, e 
processamento destes dados, para a geração de MDS, em ambiente computacional. 
Particularmente em áreas costeiras, em que a cobertura vegetal, em determinadas 
áreas é rarefeita, estas ferramentas tendem a assumir um papel cada vez mais 
relevante, em função da excelente resolução espacial dos MDS. Especificamente a 
determinação de formas associadas a ação de ondas, como a continuidade de 
escarpas erosivas contínuas às praias, assim como a identificação de diferentes 
tipologias de cortes eólicos, foram potencialmente demonstrados no Peró. Mesmo 
feições mais interiorizadas, em que seriam talvez mascaradas pela vegetação, 
como no caso das parabólicas, estas também tiveram uma boa documentação, em 
função da resolução espacial. Desafios em relação a estudos comparativos, 
monitoramento e conexão com alterações e dinâmica em mesoescala estão postas 
como elementos de futuros trabalhos.
Agradecimentos
BMota agradece à Capes pela bolsa de mestrado (2021-2023). SOliverira Filho foi 
bolsista PNPD - CAPES. THolanda agradece à CAPES pela bolsa de doutorado. 
GFernandez agradece ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa (PQ)
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