Autores
- LUIZA PIRES DOS SANTOSUNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROEmail: luizageopires@gmail.com
 - LAURA DELGADO MENDESUNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROEmail: lauradmendes@gmail.com
 
Resumo
O objetivo da pesquisa é analisar o controle tectonoestrutural na evolução e dinâmica do relevo e da 
drenagem da bacia hidrográfica do rio Perequê Açu (Paraty – Cunha) a partir de índices morfotectônicos e 
geomorfométricos. Os resultados mostram basculamento, maiores anomalias no rio Sertão, concavidades 
mais altas próximas à foz, com diminuição à montante, exceto Sertão e Toca do Ouro, esses com trechos 
convexos e desajustes à montante. Os rios mais equilibrados são Pedra Branca e Perequê Açu. Os perfis 
topográficos em faixas longitudinais têm rebaixamento e índices baixos para a integral hipsométrica (THi) no 
setor inferior e valores moderados à montante. Os perfis transversais indicam THi moderado e correlação 
com o basculamento. A área reflete as condições do contexto geológico regional, principalmente o controle 
tectonoestrutural, com compartimentos que indicam soerguimentos e influenciam a dinâmica  
hidrogeomorfológica. 
Palavras chaves
morfotectônica; geomorfometria; evolução do relevo; bacias hidrográficas; dinâmica hidrogeomorfológica
Introdução
A análise de condições morfoestruturais e morfotectônicas de bacias de drenagem pode ser realizada a 
partir de análises quantitativas via parâmetros geomorfométricos, uma vez que a rede de drenagem é 
importante elemento da paisagem na Geomorfologia Tectônica. Entre os índices utilizados estão incluídos 
a Relação declividade-extensão (RDE) ou Índice de Hack (HACK, 1973), Fator de assimetria da bacia de 
drenagem (FABD) (HARE e GARDNER, 1985), Fator de simetria topográfica transversal (FSTT) (COX, 
1994), Perfil Topográfico de faixa, o Perfil Normalizado (PÉREZ-PEÑA et al., 2017), Lineamentos 
Morfoestruturais (CHIANG, 1984), Integral Hipsométrica (Hipsometryc Integral – HI) (KELLER & PINTER, 
1996), Índice de Atividade Tectônica (IAT) (EL HAMDOUNI et al., 2008), entre outros. 
As áreas de escarpas serranas podem apresentar características e/ou condições relacionadas com a 
evolução geológica e geomorfológica regional e importantes na dinâmica da área e relacionadas com a 
energia do relevo e a dinâmica hidrogeomorfológica. Portanto, as informações sobre tais características 
também são necessárias sob o ponto de vista da gestão territorial. Já nas áreas costeiras, Souza (2005) 
descreve que apresentam uma particularidade geomorfológica importante que condiciona o 
desenvolvimento de cheias: em geral, as cabeceiras e a maior área de captação das bacias encontram-se 
em terrenos do embasamento com declividades elevadas a médias, enquanto que o restante da bacia está 
implantada sobre terrenos de planície costeira, com declividades baixas até nulas. Com isso, os rios de 
planície costeira recebem enorme volume de água proveniente das encostas, mas o coeficiente de 
escoamento diminui fortemente devido às baixas declividades e à ação de represamento das águas doces 
causada pelas marés que adentram os canais estuarinos e lagunares. Portanto, qualquer estudo de 
suscetibilidade morfométrica em áreas costeiras deve levar em consideração que essas bacias 
apresentam dois compartimentos geomorfológicos distintos, que devem ser analisados individualmente 
(SOUZA, 2005). 
Nesse contexto, a pesquisa tem como objetivo analisar o controle tectonoestrutural na evolução e 
dinâmica do relevo e da drenagem da bacia hidrográfica do rio Perequê Açu (Paraty – Cunha) a partir de 
índices geomorfométricos para contribuir para a interpretação sobre as características morfoestruturais e 
morfotectônicas que possam influenciar na dinâmica dessa área especialmente afetada por um processo 
de uso e ocupação que gera condições de risco geomorfológico.  Inserida geomorfologicamente no 
Domínio Morfoestrutural do Planalto Atlântico, na unidade das Planalto e Escarpas da Serra da Bocaina e 
unidade de Planícies Fluviais e Flúvio-Marinha (SILVA, 2002), tem nascentes na Serra da Bocaina e setor 
inferior que corta o centro histórico da cidade de Paraty. 
A Serra da Bocaina é uma porção da Serra do Mar situada no limítrofe entre os estados de São Paulo e Rio 
de Janeiro. Conforme Amador (1988), a Serra do Mar, com as suas diversas denominações locais (Órgãos, 
Araras, Bocaina etc.), de direção SW-NE, é um bloco falhado e basculado para o norte, produzindo em 
decorrência uma escarpa íngreme para o mar. Dispondo-se como uma grande barreira de escarpa de linha 
de falha, se apresenta nessa região com desníveis que chegam a alcançar 2.400 metros (AMADOR, 1988). 
Sendo um importante divisor de águas regional, os rios que fluem para o sul drenam a escarpa oceânica 
em direção a baía da Ilha Grande, enquanto os rios que correm para o norte drenam a escarpa interior 
rumo ao vale do rio Paraíba do Sul (SILVA, 2006). Em geral, essas bacias apresentam grandes amplitudes 
altimétricas no alto e médio cursos, com elevada declividade. Ao alcançar as planícies costeiras, 
predominantemente de pequena extensão, os canais apresentam ruptura de declive abrupta.
Material e métodos
Os dados foram gerados no ArcGIS® 10.5, licença do Laboratório de Geociências e Estudos Ambientais do 
Instituto Multidisciplinar - UFRRJ, a partir de complementos e imagem Alos Palsar (Alaska Satellite 
Facility), com 12,5 metros de resolução espacial. 
O índice Relação Declividade-Extensão (RDE) ou índice de Hack (HACK, 1973) foi gerado via Knickpoint 
Finder (SALAMUNI et al. 2013). Baseada em Etchebehere et al. (2004), utiliza imagem raster com a 
elevação de onde é extraída a drenagem e calculados os índices por segmento (RDEs) e total (RDEt). Os 
cálculos estão detalhados nas referências relacionadas. Foram definidas cinco classes de anomalias, de 
acordo com Pires e Mendes (2021), a partir de adaptação das classes de Andrades Filho (2010) e 
Etchebehere et al. (2006), que são: menores que 2; maiores que 2 e menores que 4; maiores que 4 e 
menores que 6; maiores que 6 e menores que 8; maiores que 8 e menores que 10; e maiores que 10. De 
acordo com Seeber e Gornitz (1983), os trechos entre 0 – 2 não apresentam anomalias, ou seja, a região 
está equilibrada; de 2 –10 são anomalias de 2ª ordem; e acima de 10 são anomalias de 1ª ordem. Como 
observam Etchebehere et al. (2004), é uma técnica simples, rápida e apropriada para avaliações de 
natureza regional, permitindo definir setores anômalos em cada padrão de drenagem, sendo uma 
importante ferramenta de análise nos estudos neotectônicos (ETCHEBEHERE et al., 2004).
O Fator de Assimetria da Bacia de Drenagem (FABD), proposto por Hare e Gardner (1985), indica a 
assimetria com base na migração lateral do canal. Os valores de FABD iguais ou próximos a 50 indicam 
que não há basculamento. Todavia, quando o valor é menor que 50, pode indicar um basculamento para a 
margem esquerda e, quando maior que 50, para a margem direita. Salamuni et al. (2004) destacam que 
esse deslocamento é causado por processos fluviais internos ou atividades tectônicas.
Os Perfis Topográficos em faixa (1000 m) foram gerados via SwathProfiler, com os valores máximos, 
mínimos e médios de elevação (PÉREZ-PEÑA et al., 2017). Têm sido usados amplamente para caracterizar 
a topografia em escala regional (GROHMANN, 2005) e muito úteis na geomorfologia tectônica (TELBISZ et 
al., 2013). Para a obtenção dos dados examina-se a integral hipsométrica (HI), definida por Keller e Pinter 
(1996) como a área sob a curva hipsométrica. Os valores de HI próximos a 1 indicam elevações médias 
próximas das elevações máximas, uma paisagem jovem transitória, e os valores HI próximos de 0 indicam 
paisagem madura com elevações médias próximas do mínimo (PÉREZ-PEÑA et al., 2017). Os autores 
propõem o uso da Integral Hipsométrica Transversa (THi) que normaliza e corrige variações hipsométricas 
anômalas em áreas de relevo plano. 
São dados utilizados para detectar mudanças (rio, litologia, regime climático, relevo e soerguimento 
tectônico), baseados na análise de distribuição espacial de métricas de canal, que calculam desvios dos 
perfis (DEMOULIN, 1998; WHIPPLE e TUCKER, 1999; PÉREZ-PEÑA et al., 2017). Segundo Pérez-Peña et al. 
(2017), rios em equilíbrio fluindo sobre litologia homogênea desenvolvem um típico perfil de forma 
côncava, resultado da relação inversa entre a descarga (que pode ser aproximado pela área a montante) e 
gradiente (que pode ser aproximado pelo canal declive) (PÉREZ-PEÑA et al., 2017). Paixão et al. (2020) 
afirmam que, geralmente, perfis em condições de equilíbrio demonstram o ajuste estabelecido pela 
denudação e remodelamento do relevo. Em alguns casos, apresentam inflexão, rupturas de relevo 
(knickpoints), que alteram a concavidade dos perfis a jusante e a montante (WHIPPLE e TUCKER, 1999). 
Os Perfis Normalizados, gerados via NProfiler, permitiram calcular o índice de concavidade (CT). Proposto 
por Demoulin (1998), normaliza elevações em relação à elevação ou amplitude relativa e distâncias em 
relação ao comprimento total do canal, e permite comparar rios com diferentes comprimentos e gradientes 
(DEMOULIN, 1998). 
Resultado e discussão
A Relação Declividade-Extensão indica o grau de desequilíbrio da rede de drenagem, com distribuição 
variada. As anomalias mais altas acumulam-se nos rios Toca do Ouro e do Sertão. Embora ocorra maior 
dispersão nas classes entre 2 e 5,9, há concentração das intermediárias entre 6 e 9,9 no rio do Sertão 
(Figura 1A).
Na correlação com a geologia (Figura 1B) observa-se que os pontos de rupturas de declive estão 
associados ao sistema de falhas e lineamento morfoestruturais. Para Salamuni et al. (2013), a reativação 
de planos de falhas, processos erosivos e intemperismo diferencial também atuam sobre a sua disposição 
espacial. No setor central, estruturas NE-SW (falhas e diques) parecem controlar a drenagem e a evolução 
do relevo à montante, principalmente. Nesse aspecto, destaca-se a sub-bacia do rio Toca de Ouro, com as 
maiores anomalias e onde estruturas se cruzam e podem ser responsáveis pela elevação do relevo, como 
já observado sobre a influência do cruzamento de estruturas (falhas) com diferentes orientações na 
geração de altos topográficos e rupturas de declive em área serrana do Rio de Janeiro (MENDES et al., 
2007).
Fator de Assimetria da Bacia de Drenagem indica basculamento da margem direita dos rios Pedra Branca 
(75) e Perequê Açu (59), e da margem esquerda para os rios do Sertão (36) e Toca do Ouro (18), com base 
em Hare e Gardner (1985), que são significativos e não uniformes, com assimetrias altas, médias e baixas. 
O rio Toca do Ouro parece refletir melhor a configuração da bacia ao longo de todo o seu curso, com 
basculamento da margem esquerda e, portanto, a migração do rio para a margem direita. A 
superimposição das estruturas geológicas ocorre no setor superior, enquanto no inferior a migração do rio 
é menos controlada. De acordo com Silva e Paes (2018), o reconhecimento de basculamentos é de suma 
importância para o estudo da dinâmica, pois pode indicar a predisposição aos processos erosivos devido 
ao aumento da declividade, logo, aumento da velocidade de fluxos d’água nas encostas em diferentes 
trechos.
Com os perfis longitudinais normalizados (Figura 2) buscou-se avaliar o grau de dissecação e condições 
de equilíbrio fluvial, a partir de dois critérios: (A) distância da cabeceira até a foz no centro histórico de 
Paraty; e (B) da cabeceira até a convergência com o afluente.
Na análise da cabeceira até a foz (Figura 2A), os rios mais equilibrados são o Sertão (58,19%) e o Toca do 
Ouro (55,59%), já que quanto maior o percentual do índice de concavidade, maior é a condição de 
equilíbrio do perfil, com maior dissecação na área. Os rios com valores mais baixos são o Perequê Açu 
(46,82%), em estágio de ajuste, e Pedra Branca (37,45%). De modo geral, os rios tendem a apresentar 
índices de concavidade mais altos próximos à foz, com diminuição mais à montante. Contudo, percebe-se 
que os rios do Sertão e Toca do Ouro possuem alta concavidade mesmo à montante, se comparado com o 
Pedra Branca e Perequê Açu, o que reforça a condição de maior dissecação e equilíbrio. Segundo Paixão et 
al. (2020), esses dados auxiliam na análise do grau de dissecação do relevo. Valores elevados indicam 
drenagens mais ajustadas ao nível de base local e um perfil mais próximo do normal. Os valores mais 
baixos indicam estágio de ajuste ao nível de base (PEREZ-PEÑA et al., 2017). Baller (2014) afirma que 
esses estudos podem complementar várias áreas do conhecimento, a fim de analisar e indicar alguns 
condicionantes, tais como estágios de evolução da paisagem, tectônica, soerguimento ou subsidência, 
variações na residência das rochas, mudanças do nível de base, confluência de tributários, efeitos do clima 
e também a introdução de carga sedimentar maior ou mais grossa. Portanto, é ferramenta de extrema 
importância para os estudos geomorfológicos e são utilizados para a identificação de mudanças abruptas 
ou não na declividade (PAIXÃO, 2020).
Na análise setorizada da cabeceira até o ponto de confluência com outros canais os resultados são bem 
distintos (Figura 2B). Os rios mais equilibrados são o Pedra Branca (28,85%) e Perequê Açu (21,87%). Os 
rios Sertão (7,80%) e o Toca do Ouro (-10,74%) possuem valores menores, com trechos convexos que 
indicam desajustes à montante.
Paixão (2020) observa elevados valores de “CT” para drenagens distantes da foz associados a depósitos 
eocênicos e à fase de ajuste erosivo e expansão após diminuição da intensidade tectônica em área 
próxima, na bacia do rio Paraíba do Sul, no reverso da serra da Bocaina. É no setor superior até a área de 
confluência principal onde são encontradas as principais rupturas de declive, e que são mais destacadas 
nos perfis normalizados do que em perfis longitudinais tradicionais, além de serem de mais fácil 
interpretação, segundo Perez-Peña et al. (2017). Tais rupturas interferem no equilíbrio dinâmico dos rios e, 
portanto, na configuração dos perfis do rio Sertão e, principalmente, do rio Toca do Ouro, que concentra 
mais anomalias de 1º ordem (RDE acima de 10) (Figura 1), além de serem os rios mais extensos. Perez-
Peña et al. (2017) destacam que os perfis convexos podem indicar que esses rios estão em estado 
transiente e, portanto, ainda não adaptados ao nível de base da área. Como Paixão et al. (2020) também 
observaram na bacia do rio Paraíba do Sul, o rio Toca do Ouro, convexo e com valor de CT negativo, reflete 
a topografia elevada e rupturas de declive, que também podem estar associadas principalmente à 
presença de estruturas que se cruzam e controlam a evolução do relevo.
Os perfis topográficos em faixa longitudinais (PTL) (Figura 3A) têm padrão similar aos perfis normalizados, 
com rebaixamento à jusante, e valores “baixos” da integral hipsométrica (THi), indicando uma paisagem 
madura com elevações médias. A exceção foi observada na para o perfil do rio Toca de Ouro que mostra 
convexidade no resultado no perfil normalizado setorizado (cabeceira até a confluência).
Os perfis topográficos em faixa transversais (PFT) (Figura 3B) destacam valores máximos e mínimos do 
relevo e os desnivelamentos entre as sub-bacias. Essa análise também mostra maior dissecação onde 
ocorrem as principais estruturas geológicas (Figura 1) que definem compartimentos. O PFT3 e o PFT4 
indicam um maior potencial erosivo, considerando a diferença altimétrica do PFT1 e o PFT 2. Os valores de 
THi são moderados em todos os perfis. Há correlação, principalmente os perfis PFT3 e PFT4, com os 
resultados do basculamento da margem esquerda, bem expresso nos perfis transversais à jusante. As 
falhas e os rios estão visivelmente encaixados nos perfis, especialmente o perfil PFT1 onde passa o rio 
Toca do Ouro que possui as principais anomalias de RDEs/RDEt, exercendo uma maior energia no relevo.
A alta energia da bacia do rio Perequê-Açu está relacionada com sua amplitude altimétrica (1663 m) e as 
condições apresentadas, o que contribui para o rápido escoamento das águas, com uma planície mais 
suscetível a inundações, combinada com a posição na área costeira, muito próxima da escarpa serrana, 
com baixas declividades e sob influência das marés. Na cidade de Paraty ocorre concentração de chuvas 
na primavera e, especialmente, no verão (OLIVEIRA e GALVANI, 2015). O PBMC (2016) reitera que nas 
cidades costeiras do Brasil os eventos meteorológicos-oceanográficos extremos, como ressacas e 
sobrelevações das marés meteorológicas positivas, têm como efeitos principais as inundações costeiras e 
a erosão costeira, que são perigos de origem hidrometeorológica. A urbanização se expande, intensificada 
pela especulação imobiliária com grandes empreendimentos a fim de concretizar o projeto da “Cancun 
brasileira”, onde se destacam as modificações na cobertura e uso da terra. Diante disto, é de suma 
importância a proteção da Área de Proteção Permanente da Baía de Paraty, visto suas características 
geomorfológicas influenciam na alta energia dos canais, ocasionando uma maior suscetibilidade a eventos 
como enchentes e inundações.

Área de estudo com destaque para os principais rios analisados e dados da relação declividade-extensão (RDE) sobre mapas hipsométrico (A) e geológico

Perfis longitudinais normalizados: (A) cabeceira até a foz em Paraty (B) cabeceira até o ponto de confluência)

Perfis topográficos em faixa: (A) longitudinais e (B) Tranversais
Considerações Finais
Os resultados indicam que a bacia do rio Perequê Açu sofre influência do controle tectonoestrutural, com 
compartimentos e anomalias que podem resultar dos soerguimentos na evolução tectônica da área, com 
estruturas geológicas associadas à evolução geológica regional, em especial do Sistema de Riftes 
Cenozoicos do Sudeste (ZALÁN e OLIVEIRA, 2005). Ocorre basculamento, maiores anomalias no rio Sertão, 
concavidades mais altas próximas à foz, com diminuição à montante, exceto os rios Sertão e Toca do Ouro, 
esses com menor concavidade e trechos convexos e desajustes à montante. Os rios mais equilibrados são 
Pedra Branca e Perequê Açu. Os perfis topográficos em faixas longitudinais têm rebaixamento no setor 
inferior e baixos THi, com valores moderados à montante, indicando uma paisagem madura com elevações 
médias.  Os perfis transversais indicam THi moderado e correlação com o basculamento.
Por fim, são dados úteis para análise sobre condições de energia do relevo e dinâmica de fluxos num 
contexto entre a imponente escarpa serrana da serra da Bocaina e as planícies flúvio-marinhas da Baía da 
Ilha Grande, sob influência de marés e climáticas altamente favoráveis a ocorrência de eventos 
pluviométricos de alta intensidade e que demanda maior atenção sob os processos de uso e ocupação já 
preocupantes. A geomorfometria oferece importantes dados que ajudam na caracterização, seja sob a 
perspectiva evolutiva ou de processos que possam afetar a área. 
Agradecimentos
Referências
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